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Newsletter diária • 24 mai 2021

 
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Portugal leva hoje os seus traumas de Pedrógão a tribunal

 
 

Edição por António Moura dos Santos

O Tribunal de Leiria começa hoje a julgar os arguidos acusados de homicídio por negligência e ofensa à integridade física por negligência nos incêndios que deflagraram em 2017 em Pedrógão Grande.

Devido a este incêndio:

  • Morreram 63 pessoas e 44 ficaram feridas — esta é a estimativa mais conservadora, confirmada pelo Ministério Público. Outros dados apontam para 66 óbitos e 253 pessoas feridas;
  • 500 casas foram destruídas, 261 das quais residências permanentes;
  • Arderam 24.164,6 hectares;
  • Acumularam-se prejuízos no valor de 90.325.487,84 euros;
  • Iniciado a 17 de junho, só ao fim de cinco é que os bombeiros conseguiram extinguir este incêndio;
  • Vão julgados em tribunal 11 arguidos por um total de 491 crimes, a grande maioria por homícidio e por ofensas à integridade física por negligência;

Entre os arguidos neste processo figuram o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, então responsável pelas operações de socorro, dois funcionários da EDP e três da Ascendi, o ex-presidente da Câmara de Castanheira de Pera Fernando Lopes e os presidentes das Câmaras de Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, Jorge Abreu e Valdemar Alves, respetivamente.

O antigo vice-presidente da Câmara de Pedrógão Grande José Graça e a então responsável pelo Gabinete Florestal deste município, Margarida Gonçalves, estão também entre os arguidos.

Aos funcionários das empresas, autarcas e ex-autarcas, assim como à responsável pelo Gabinete Técnico Florestal, são atribuídas responsabilidades pela omissão dos “procedimentos elementares necessários à criação/manutenção da faixa de gestão de combustível”, quer na linha de média tensão Lousã-Pedrógão, onde ocorreram duas descargas elétricas que desencadearam os incêndios, de acordo com o Ministério Público.

União Europeia discute ações da Bielorrússia

Uma das notícias deste fim de semana foi o desvio de um avião comercial levado a cabo pela Bielorrússia, com o intuito de deter o jornalista e opositor do regime bielorrusso Roman Protasevich — o que, de resto, acabou por acontecer, em Minsk.

Depois de vários países europeus — com Portugal entre eles —, líderes da União Europeia e a NATO terem condenado o ato, o Conselho Europeu vai debater o caso em Bruxelas.

Esta reunião extraordinária já estava agendada ainda antes deste caso ocorrer — na ordem de trabalhos estavam temas como o estado da coordenação da resposta da UE à covid-19 ou a discussão sobre as relações com o Reino Unido — mas será então ainda espaço para discutir o agravamento das sanções já existentes contra o regime de Alexander Lukashenko.

O avião, da Ryanair, tinha saído de Atenas com destino a Vílnius e foi forçado a desviar a rota e a aterrar em Minsk por um caça da Bielorrússia, num ato que os EUA consideraram “chocante" que ameaçou as vidas de mais de 120 passageiros, incluindo norte-americanos, revelando estarem a coordenar uma resposta com a UE e as autoridades da Lituânia e da Grécia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou “totalmente inaceitável” a aterragem forçada em Minsk do avião e sublinhou que “qualquer violação das regras de transporte aéreo internacional deve ter consequências”.

Roman Protasevich, de 26 anos, é o ex-editor-chefe do influente canal Nexta, que se tornou na principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.

Em novembro, os serviços de segurança bielorrussos (KGB), herdados do período soviético, registaram o seu nome e o do fundador do Nexta, Stepan Putilo, na lista de “indivíduos envolvidos em atividades terroristas”.

 
 
Marco Neves
 
 
 
 

Quem tenta contar as línguas de cada país nem sempre encontra o número de que estávamos à espera. Já houve quem encontrasse dez (!) línguas no nosso país... Continuar a ler