Putin quer conversar (?)
Edição por Tomás Albino Gomes
A manhã desta quarta-feira voltou a ser marcada pelas palavras de Vladimir Putin. Se há pouco mais de 24 horas o presidente russo anunciava uma escalada na crise com a Ucrânia ao reconhecer as repúblicas separatistas da região de Donbass e de ter anunciado a mobilização de tropas russas para a "manutenção da paz" nesses mesmos territórios, desta feita os títulos dos jornais de todo o mundo enchem-se com as palavras do governante no discurso por ocasião do Dia do Defensor da Pátria, onde Putin que sublinhou que que os interesses e a segurança do país "não são negociáveis", mas que está pronto para encontrar "soluções diplomáticas".
"O nosso país está sempre aberto ao diálogo direto e honesto para encontrar soluções diplomáticas para os problemas mais complexos", disse Putin, pouco tempo depois de ter sido cancelada a reunião entre Anthony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos da América com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov.
"No entanto, os interesses e a segurança de nossos cidadãos não são para nós negociáveis", acrescentou, numa clara referência à exigência que a Rússia tem feito para que a Ucrânia não se torne membro da NATO.
As palavras do líder russo, no entanto, não parecem ter sanado ou suspendido qualquer tipo de sanções de outros Estados com Japão e Austrália a anunciarem esta quarta-feira sanções à Rússia e territórios separatistas.
A ministra britânica dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, considerou mesmo "altamente provável" que Putin queira invadir a Ucrânia e tomar Kiev, após o reconhecimento dos territórios separatistas do leste ucraniano.
"Pensamos que é altamente provável que ele [Vladimir Putin] execute o plano de invasão total da Ucrânia", disse Liz Truss no canal de televisão Sky New esta manhã.
Na Ucrânia a preparação bélica antecipa-se ao diálogo. O Parlamento aprovou hoje a primeira versão de um projeto de lei que vai permitir aos cidadãos transportarem consigo uma arma de fogo e agir em legítima defesa. O Conselho de Segurança do país sugeriu ainda que fosse instaurado o estado de emergência em todo o país, à exceção de Luhansk e Donetsk onde já vigora há vários anos.
O dia de hoje, que seria verdadeiramente de diálogo, deverá realmente ser marcado por mais sanções.
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