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Newsletter diária • 02 mar 2023

 
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Quando o comboio para — e ninguém sai

 
 

Edição por António Moura dos Santos

A greve dos trabalhadores da CP e da Infraestruturas de Portugal tem afetado a vida de muita gente, mas na noite de quarta-feira as consequências foram um pouco piores do que ter de optar por um meio de transporte por falta de comboios.

Um comboio suburbano que fazia a ligação Lisboa-Sintra e que seguia lotado devido à greve, ficou parado mais de uma hora a 700 metros da estação de Benfica. A falta de espaço nas carruagens levou alguns passageiros a sentirem-se mal, tendo alguém acionado o travão de emergência.

Vários relatos e vídeos partilhados nas redes sociais atestam que alguns passageiros optaram por sair das carruagens e caminhar pela linha em direção à estação de Benfica. Foram deslocados meios de socorro para o local, para ajudar algumas pessoas.

A CP já reagiu ao sucedido, anunciando já ter iniciado uma avaliação interna sobre o incidente. “Apesar deste incidente não ter causado dano físico grave nas pessoas a bordo, a CP lamenta a situação, pedindo desculpa aos passageiros afetados por todos os transtornos causados”, sublinhou na nota de imprensa, acrescentando que “foi iniciada uma avaliação interna”.

A CP destacou ainda, no comunicado, que “enquanto o revisor seguia os procedimentos de segurança e se deslocava para a carruagem onde o sinal de alarme havia sido acionado, alguns passageiros abriam as portas das carruagens e saíram para a linha”.

De acordo com a transportadora ferroviária, o comboio — que já circulava com 45 minutos de atraso “em consequência do auxílio prestado a passageiros na viagem imediatamente anterior” — era um dos poucos previstos nos serviços mínimos decretados para a greve.

Esta é a consequência mais visível das greves dos trabalhadores que têm assolado o serviço ferroviário nos últimos dias, mas o coordenador do Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), António Salvado, considera que o incidente poderia ter acontecido em qualquer altura, lembrando os problemas de oferta na empresa.

“O problema de fundo será outro e tem a ver com a falta de oferta. A situação de ontem ainda está por determinar. É preciso perceber as causas e é preciso perceber o que aconteceu, mas pelos vistos houve um comboio que atrasou e originou aquela situação. Não posso dizer que a greve não possa ter tido qualquer efeito no que aconteceu, mas há outras questões”, disse.

O coordenador do SINFA destacou o problema da insuficiente oferta de comboios e também o facto de o preço dos passes ter baixado, levando mais pessoas a usar o transporte público.

Ontem, entre as 00:00 e as 18:00, 746 comboios de um total de 985 programados foram suprimidos. Já hoje, o suposto último dia de greve, os números até agora registados dão conta da supressão de 145 dos 251 comboios programados para entre as 00:00 e as 08:00.

 
 
Bruna Coelho
 
 
 
 

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