Será que as escolas devem voltar a servir pizzas e refrigerantes?
Editado por Beatriz Cavaca
Este foi um pedido feito ao governo no 9.º Congresso da Indústria Alimentar, pelo presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Jorge Tomás Henriques.
Segundo este responsável a indústria tem sido "flagelada" por "preconceitos e má fé” que levou à tomada de medidas legislativas nos últimos anos que a prejudica e sem benefícios na saúde pública.
“Ao arrepio de todo o bom senso, temos visto serem adotadas medidas que incidem no facilitismo da proibição, através de iniciativas de pura ignorância sobre os melhores mecanismos para moldar as escolhas alimentares", disse Jorge Tomás Henriques, considerando dos "piores exemplos as restrições impostas em meios escolares" a alimentos considerados prejudiciais (como hambúrgueres, pizzas, refrigerantes ou batatas fritas).
Para o presidente da FIPA, essa lista de produtos proibidos "assenta apenas em preconceitos" e ignora os contextos históricos, social, cultural e económico, assim como a preferência dos consumidores e o seu poder de compra.
A indústria agroalimentar, quer então em vez de proibir que estas medidas sejam revogadas pelo atual Governo.
"Espera-se que este Governo tenha consicência dos vários erros do passado, de experimentalismo político e por vezes académico, revogando medidas que até à data não consgeuiram reunir qualquer evidência de eficácia em saúde pública", disse, exemplificando com impostos especiais sobre o consumo e restrições ao marketing alimentar.
Jorge Tomás Henriques disse ainda que não se entende o imposto especial sobre o consumo de bebidas açucaradas "nem o aumento imparável dos impostos sobre a cerveja", uma tributação que considerou que tem apenas como objetivo o Estado arrecadar mais receita fiscal.
Defendeu ainda o presidente da FIPA uma baixa do IVA sobre os alimentos, pois, em Portugal, os “consumidores são fortemente tributados numa das suas necessidades mais básicas, a alimentação”.
Segunda a FIPA, a indústria agrolimentar representa em Portugal um volume de negócios anual de cerca de 25.000 milhões de euros e é esperado que no final deste ano as exportações superem os 8.000 milhões de euros. Há 12 mil empresas, que criam 112 mil postos de trabalho diretos e 500 mil indiretos.
*Com Lusa
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