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Newsletter diária • 01 jun 2022

 
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Transportes: Novos preços, novos autocarros, novos radares — e novas greves

 
 

Os táxis ficam mais caros; os autocarros de Lisboa começam a ficar todos iguais; os radares da capital ficam mais avançados — e as greves voltam a fazer-se sentir. O setor dos transportes começa junho com várias mudanças e as mesmas reivindicações: melhores salários e condições de trabalho.

Começando pelos táxis, as tarifas vão subir em média mais de 8% a partir de hoje. Segundo o ministério da Economia, “foi acomodado o aumento do Índice de Preços no Consumidor registado entre janeiro de 2012 e janeiro de 2022, traduzido num aumento médio global das tarifas de 8,05%”.

Desde janeiro de 2013 não havia atualização das tarifas do transporte em táxi, mas o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, considera que o aumento é insuficiente, apesar de já ajudar a mitigar os prejuízos registados no setor nos últimos anos, e admite que o setor tem noção de que não se poderia ir mais longe.

Na região de Lisboa, os novos autocarros amarelos da Carris Metropolitana começam a operar em Alcochete, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal, um primeiro passo para uniformizar os transportes rodoviários de passageiros em toda a Área Metropolitana de Lisboa (AML). Os autocarros destes concelhos têm também a partir de hoje uma nova numeração das carreiras, novos horários, uma redução de 902 tipos de bilhetes para apenas três, novo ‘design’ nos passes e bilhética e algumas, embora poucas, alterações à localização das paragens.

A nova operadora metropolitana foi criada para uniformizar o serviço público rodoviário nos 18 municípios da AML.

Foram criadas quatro zonas de operação, duas envolvendo municípios da margem Norte e outras duas na margem Sul do Tejo. A operação começa precisamente pela última área, enquanto nas restantes a operação começará dentro de um mês, a 1 de julho.

Há, no entanto, três municípios que são exceção: Barreiro, Lisboa e Cascais estarão ligados aos restantes concelhos porque serão interfaces dos autocarros da Carris Metropolitana que vêm de outros municípios. Porém, o serviço de transporte de passageiros dentro destes três municípios vai continuar a ser assegurado pelas respetivas transportadoras municipais: dentro do concelho do Barreiro serão os Transportes Coletivos do Barreiro, em Lisboa a Carris e em Cascais a MobiCascais.

Sem sair de Lisboa ou dos autocarros, importa lembrar que os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) cumprem hoje uma paralisação de 24 horas, com início às 03:00, para reivindicar melhorias salariais. Esta é a 13.ª paralisação que os motoristas da RL realizam desde julho do ano passado, tendo a mais recente greve sido realizada em 02 de maio, altura em que também foi apresentado um pré-aviso de greve ao trabalho extraordinário para o mês de maio.

Em declarações à agência Lusa, João Casimiro, do SITRL, explicou que as reivindicações dos trabalhadores se mantêm, ou seja, é pedido um aumento salarial para 750 euros, de forma a “compensar a subida do salário mínimo”. Atualmente, o ordenado médio de um trabalhador da RL é de cerca de 700 euros (brutos), enquanto o ordenado mínimo nacional é de 705 euros.

Entre as reivindicações dos trabalhadores encontram-se ainda a atualização do salário dos demais trabalhadores na mesma percentagem do que os dos motoristas, a atualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário dos motoristas, a redução do intervalo de descanso para o máximo de duas horas e a valorização da carreira da manutenção.

Atualmente, a Rodoviária de Lisboa, empresa de transporte rodoviário de passageiros, opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, todos no distrito de Lisboa, servindo cerca de 400 mil habitantes. Em julho, a transportadora vai passar a integrar a recém-criada Transportes Metropolitanos de Lisboa.

Não é a única greve do dia: também os trabalhadores das bilheteiras das estações da CP estão hoje em greve em defesa de aumentos salariais que reponham o poder de compra e melhores condições de trabalho. A greve de 24 horas, convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI), não deverá causar perturbações na circulação de comboios, mas poderá causar transtornos aos passageiros que vão comprar o passe social nas estações. Desta vez a greve envolve só os trabalhadores operacionais das bilheteiras e respetivas chefias, que são cerca de 500 em todo o país, mas para os dias 12 e 23 de junho estão marcadas outras greves com todos os trabalhadores.

Ainda em Lisboa, os novos radares de controlo de velocidade de trânsito, 21 que substituem equipamentos antigos e 20 em novas localizações, começam a funcionar a partir de hoje, dispondo de “tecnologia mais avançada” que permite monitorizar várias vias. Segundo a câmara, o objetivo é “aumentar a segurança rodoviária e diminuir os acidentes na cidade de Lisboa”.

A implementação dos novos radares como medida de segurança rodoviária foi decidida pelo anterior executivo camarário, sob a presidência de Fernando Medina (PS), num investimento total de 2,142 milhões de euros.

 
 
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