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Newsletter diária • 17 mar 2023

 
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Um país em greve

 
 

Edição por António Moura dos Santos

A Frente Comum tinha previsto e cumpriu-se. A greve da função pública levou hoje muitas escolas a serem encerradas e forçou os hospitais a funcionar em serviços mínimos.

Fazendo um ponto da situação da greve pelas 11:30, Sebastião Santana —  coordenador da estrutura sindical que convocou a paralisação — salientou que a greve está a ter “uma enorme adesão” em toda a administração pública.

Os resultados estão à vista. Começando às 00:00 de hoje, afetou desde logo entrada do turno da noite para os trabalhadores das áreas da saúde e da recolha de resíduos sólidos urbanos (lixo doméstico).

Além disso, há "hospitais com consultas externas fechadas de norte a sul do país, com cirurgias adiadas, apenas a serem assegurados os serviços mínimos”, adiantou o dirigente sindical.

Muitas escolas ficaram encerradas, já que a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta semana que os professores e educadores iriam participar na greve da administração pública e os trabalhadores não docentes estão cobertos pelo pré-aviso da Frente Comum.

“Temos Lojas do Cidadão encerradas, atendimentos da Segurança Social, das Finanças, de Registos e Notariado, serviços da área da Justiça também com fortes perturbações”, adiantou ainda Sebastião Santana.

No Algarve, por exemplo, as unidades de Faro, Portimão e Lagos do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) registavam serviços “praticamente parados e outros [parados] a 100%”, segundo Sónia Lopes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses. Nos Serviços de Urgência Básica de Loulé e de Albufeira, a adesão à greve foi de 100%, acrescentou.

Já no setor da educação, Lígia Martins, do Sindicato dos Professores da Zona Sul, revelou que a Escola D. Afonso III e a Escola de São Luís, ambas em Faro, assim como o Agrupamento de Silves Sul (JI de Tunes, Armação de Pêra, Pêra e EB1 de Tunes e Pêra) estavam encerradas.

Entre os motivos da greve convocada pela Frente Comum estão a exigência de aumentos salariais imediatos, a fixação de limites máximos dos preços de bens e serviços, a valorização das carreiras e o reforço dos serviços públicos.

Para o coordenador da Frente Comum, “é um sinal claro de que os trabalhadores se reveem nas reivindicações que hoje estão em cima da mesa” e que os estão a levar “a aderir em massa” a esta greve.

Questionado sobre a estimativa de adesão à paralisação, Sebastião Santana disse ser “sempre muito difícil avançar percentagens”. “O que consigo dizer é que muito dificilmente encontrará um serviço da administração pública a funcionar normalmente no dia de hoje. Ou está encerrado ou está com fortes perturbações. Portanto, há uma adesão enorme a esta greve”, rematou.

No entanto, há quem não esteja a cumprir os requisitos da greve. Lígia Martins denunciou que alguns professores “foram coagidos por algumas direções a cumprir serviços mínimos para uma greve que não os tinha”.

“Temos conhecimento de direções que se deslocaram a todos os equipamentos dos agrupamentos de escola para fazerem precisamente essa coação. A partir de segunda-feira, iremos fazer o levantamento destas situações que consideramos irregulares e que violam a liberdade do trabalhador ao direito à greve e agiremos em conformidade”, frisou.

Rosa Franco, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, também alertou para a mesma situação em relação aos auxiliares de ação educativa.

“Muitos deles estão impedidos de fazer greve. Nós não fomos chamados para os serviços mínimos, portanto, os trabalhadores não deveriam estar a assegurar serviços mínimos. Estamos contrariados, estamos a denunciar a situação. Temos algumas escolas a funcionar devido a essa situação”, declarou.

A situação não se fica por hoje: para amanhã está prevista a realização de uma manifestação nacional, em Lisboa, promovida pela CGTP, pelo aumento geral dos salários e das pensões face à subida do custo de vida.

 
 
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