Edição por Ana Damázio
O presidente da Rússia afirmou, durante uma reunião sobre a situação nas zonas fronteiriças entre a Rússia e a Ucrânia, transmitida através da televisão estatal russa que "não fazia sentido" manter as conversações de paz com Kiev, após a incursão militar ucraniana na zona de Kursk.
Para Putin é "claro que o regime e Kiev recusaram as nossas propostas para o regresso a um plano de acordo pacífico", alegando que um dos objetivos ucranianos com a sua operação militar é melhorar a posição da Ucrânia em eventuais negociações de paz.
"O inimigo, com a ajuda dos seus chefes ocidentais, está agora a efetuar a sua aposta, e o Ocidente mantém uma guerra contra nós, utilizando-se dos ucranianos para melhorar a sua posição negocial no futuro, disse o presidente russo, citado pela agência Tass.
Depois de realçar que não faz sentido manter conversações com um Governo que "ataca civis", Vladimir Putin prometeu uma reporta firme à mais importante investida ucraniana, contra a invasão militar russa à Ucrânia, desde fevereiro de 2022.
Para o presidente da Rússia, o objetivo do mais recente ataque é ainda travar a ofensiva de Moscovo no leste e sul da Ucrânia. "A principal tarefa do Ministério da Defesa consiste sem qualquer dúvida em expulsar o inimigo dos nossos territórios", além de semear a discórdia na Rússia: "Um outro objetivo do inimigo consiste em semear a discórdia e a divisão na nossa sociedade, intimidar as pessoas, destruir a unidade e a coesão da sociedade russa", declarou o Chefe de Estado russo.
De acordo com o governador interino de Kursk, Alexei Smirnov, as forças ucranianas ocupam 28 localidades da zona desde a incursão iniciada na passada terça-feira. A operação estende-se numa zona de 12 quilómetros de profundidade e 40 quilómetros de largura, com um balanço provisório de, pelo menos 12 mortos, e 121 feridos civis.