O que está em causa?

Nicola Sturgeon chefiou o governo escocês e liderou o SNP entre 2014 e fevereiro de 2023, altura em que surpreendentemente anunciou a sua demissão de ambos os cargos, dando lugar a uma mudança no partido, cuja direção foi assumida por Humza Yousaf no final de março.

O anúncio da sua detenção foi publicado pela Política Nacional Escocesa na rede social Twitter, referindo que "uma mulher de 52 anos foi presa hoje, domingo, 11 de junho de 2023, como suspeita de envolvimento na investigação em curso sobre o financiamento e as finanças do Partido Nacional Escocês".

O que é a Operação Branchform?

A ex-primeira ministra escocesa é a terceira a ser detida no âmbito da Operação Branchform, lançada pela polícia escocesa em 2021. Semanas após a sua demissão de ambos os cargos, o marido Peter Murrell, diretor executivo do SNP durante quase 20 anos, e o antigo tesoureiro Colin Beattie, que se demitiu após a sua libertação, foram detidos.

Esta investigação está relacionada com a utilização indevida de cerca de 600.000 libras de doações de apoiantes do partido. As finanças do SNP têm sido objecto de suspeitas nos últimos anos, principalmente devido a queixas apresentadas em 2021 relativamente a donativos e, em particular, sobre os fundos que o partido recebeu para uma potencial nova campanha de um referendo pró-independência.

Sturgeon, que em nenhum momento atribuiu a sua demissão no final de março – após nove anos no cargo -, a estas suspeitas, sempre defendeu a transparência das contas e os fundos angariados para a hipotética consulta – cerca de 667 mil libras (cerca de 761 mil euros ao câmbio actual) só entre 2017 e 2020.

A libertação após mais de sete horas de interrogatório

Sturgeon já foi libertada sem acusação, depois de ser interrogada pelas autoridades policiais, pelo alegado escândalo financeiro, por mais de sete horas. O caso, aberto desde 2021, permanece "pendente de novas investigações", segundo a polícia, que irá agora enviar um relatório ao Ministério Público.

*Com Lusa