Na sua intervenção, na última Assembleia Municipal do Porto, a D. Eulália explicou a sua história, que "perdeu o filho para o estrangeiro", tendo-o encontrado na Alemanha onde este explicou a situação. A partir daí, passou a ser ativista. D.Eulália foi à Assembleia apelar aos presentes que a ajudassem a obter aprovação para a realização de um arraial popular e associativo para o final da 18ª Marcha do Orgulho LGBTI+ do Porto, em um de dois locais do centro da cidade.

“A partir de agora a tua mãe vai ser uma ativista dos direitos LGBTI, que é isso que eu sou há 10 anos”, disse a senhora Eulália visivelmente emocionada.

“A minha vinda a esta Assembleia é para lembrar todos os presentes que a comunidade LGBTI desta cidade, tem sido motivo de chacota de várias pessoas, inclusive pessoas que fazem parte deste executivo”, disse. “Os nossos filhos não merecem isso, são nossos é certo, mas temos todos de ter igualdade”, pode ouvir-se no vídeo que está a circular nas redes sociais:

O local preferido era o Largo do Amor de Perdição, mas a autarquia não deu autorização. Depois a organização sugeriu que se fizesse o Arraial na Alameda das Fontaínhas, mas uma vez mais, a autarquia disse não ser possível, por coincidir com uma série de eventos programados para a mesma altura e recomendou que o Arraial se fizesse num parque municipal em zona mais afastada do centro.

A comissão organizadora acusa a Câmara Municipal do Porto de querer empurrar o evento para a "Invisibilidade". A Marcha do Orgulho LGBTI+ já vai na sua 18.ª edição, mas este ano, a organização diz que a autarquia, através da Ágora (empresa municipal que gere os eventos na cidade), negou o acesso ao Largo Amor de Perdição e recusou apoiar financeiramente um arraial que propunham fazer, juntamente com a Marcha.

“Após reunião com responsáveis da Ágora, vimos negados o acesso ao Largo Amor de Perdição para a realização da festa e negociamos um novo espaço: a Alameda das Fontaínhas”, diz a organização em texto publicado numa petição online.

Segundo a Comissão Organizadora da Marcha do Orgulho do Porto, os pedidos de apoio foram negados sob a alegação de “questões de equidade”.

O texto refere ainda que devido aos muitos eventos que vão decorrer naquele fim de semana, a Ágora recomenda que o evento se realize na Quinta do Covêlo, uma parque municipal, próximo da Praça do Marquês.

Mas a organização não aceita a sugestão, dizendo que “a Quinta do Covêlo não reúne as condições para albergar um evento desta magnitude, além de apresentar várias limitações ao acesso e para pessoas com mobilidade reduzida. Além disso, a manifestação, que acontece no centro da cidade, tem que obrigatoriamente terminar neste arraial, pois será palco de leitura de manifestos e de outras intervenções associativas, reforçando assim a inviabilidade desta proposta” dizem os organizadores da Marcha.

A 18.ª marcha pelo orgulho gay no Porto está prevista para o dia 1 de julho. Dia em que também se organizam as rusgas de S. João.