O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), membro da comissão técnica independente que analisou os fogos de junho passado e que está a analisar os de outubro, explicou que o incêndio que se iniciou na Lousã, distrito de Coimbra, e que disse ser "o maior de sempre em Portugal, foi causado exatamente por um acidente elétrico”.

A SIC avançou que está concluído o inquérito ao incêndio de junho em Pedrógão Grande, com o Ministério Público a constituir um total de nove arguidos e a confirmar que uma descarga elétrica esteve na origem do fogo, tal como refere o relatório da comissão técnica independente.

Instado a comentar esta conclusão à investigação, à margem de um encontro em Vila Real, Paulo Fernandes considerou que este “tipo de acidentes elétricos, com ou sem raio, são relativamente frequentes em dias com as condições meteorológicas que se fizeram sentir em Pedrógão Grande”.

“Os fogos naturais sempre ocorreram e os fogos por acidente elétrico também, particularmente em dias deste tipo, com ventos. Voltou a acontecer em 15 de outubro, por exemplo: o fogo que se iniciou na Lousã e é o maior de sempre em Portugal foi causado exatamente por um acidente elétrico de um cabo de alta tensão, creio, que bateu numa árvore ou de uma árvore que tombou sobre um cabo”, salientou.

A comissão técnica independente nomeada pelo Governo tem até 19 de fevereiro para entregar o seu relatório sobre os incêndios de outubro na Assembleia da República.

Os grandes incêndios de 2017, primeiro em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), em junho, e depois em vários concelhos da região Centro, em outubro, vitimaram pelo menos 111 de pessoas, deixando ainda dois desaparecidos.

Paulo Fernandes falava aos jornalistas à margem de uma reunião de trabalho dos parceiros do projeto Firextr, que é coordenado pela Universidade do Porto e tem como base “prevenir e preparar a sociedade para eventos extremos de fogo: o desafio de ver a floresta e não somente as árvores”.

O projeto arrancou em julho de 2016 e deverá estar concluído até junho de 2019.

Esta reunião de trabalho antecedeu um congresso que junta especialistas nacionais e estrangeiros num debate sobre os incêndios extremos, os seus fatores e casos de estudo recentes, como o de Pedrógão.

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