Em declarações à Lusa à margem de um desfile em Lisboa para celebrar o 32.º aniversário da independência da Ucrânia, Pavlo Sadhoka não atribui credibilidade às palavras de Vasily Nebenzya, recordando que se trata do mesmo diplomata que em abril acusou Portugal e outros países de retirarem centenas de crianças ucranianas às mães para as colocar em instituições de acolhimento, merecendo uma reação de forte repúdio das autoridades de Lisboa.

“Depois foi confirmado que não era verdade e acho que levar a sério palavras que falam agora representantes do Governo russo, representantes do estado terrorista russo, não vale a pena nem comentar, porque isto não é mais do que uma mentira mais uma vez”, declarou o dirigente da Associação dos Ucranianos em Portugal.

O diplomata russo acusou as autoridades ucranianas, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, de "fazer lavagem cerebral aos seus próprios cidadãos", "doutrinando ideias absolutamente falsas sobre o seu país, o seu papel na civilização e cultura globais".

"Já mostrámos nesta sala livros escolares ucranianos que alegam que os judeus, os franceses, os portugueses e muitos outros povos descendiam dos antigos ucranianos. Que bem pode advir deste delírio e heresia históricos", questionou Nebenzya, sem, no entanto, apresentar uma contextualização sobre o material presente nesses livros.

A reunião de hoje, numa altura em que os Estados Unidos presidem ao Conselho de Segurança, coincidiu com o aniversário da declaração de independência da Ucrânia, em 1991, e também marcou um ano e meio desde o início da invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, data assinalada com desfiles em várias cidades mundiais, incluindo Lisboa e Porto.