A campanha eleitoral arranca oficialmente 30 dias antes das eleições gerais, marcadas para 23 de agosto, conforme decorre da legislação em vigor, incluindo com o início da emissão de tempos de antena na rádio e televisão públicas.

Contudo, com 18 províncias para percorrer, distribuídas por 1.246.700 quilómetros quadrados, todos os candidatos já passaram por grande parte do país na pré-campanha que esta semana chega ao fim, marcada pela ausência de José Eduardo dos Santos, ou simplesmente ‘Zedú’, que ao fim de 38 anos no poder já não integra qualquer lista candidata.

Para esta campanha, cada uma das seis forças políticas concorrentes vai receber mais de 170 milhões de kwanzas (900 mil euros) de subvenção do Estado.

Com mais de 2,5 milhões de habitantes, a Huíla, província do sul de Angola, é uma das mais relevantes nas contas finais das eleições, não sendo por isso de estranhar que seja disputada logo no arranque da campanha.

O presidente da Convergência Ampla de Salvação Nacional – Coligação Eleitoral (CASA-CE), e candidato por via indireta à eleição para Presidente da República como cabeça-de-lista da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, desloca-se à Huíla, onde reúne a 21 de julho o Conselho Consultivo, encontro durante o qual fará a apresentação oficial do programa de governação.

O dia de sábado, 22 de julho, marca a abertura oficial da campanha eleitoral da CASA-CE, com um comício na cidade do Lubango, a capital da província.

Em ano de estreia, a CASA-CE surpreendeu nas eleições gerais de 31 de agosto de 2012, ao ser a terceira força mais representada, com 345.589 votos, correspondentes a 6% da votação total e oito deputados.

Ainda na Huíla, o Partido de Renovação Social (PRS) realiza no mesmo dia e província o arranque oficial da sua campanha eleitoral, com a presença a sul do cabeça-de-lista, Benedito Daniel, eleito presidente do partido em maio. Fica para trás o histórico de 98.233 votos em 2012 no PRS, equivalentes a 1,70% do total, e três deputados.

Estreante nestas eleições, a Aliança Patriótica Nacional (APN), de Quintino Moreira, que já afirmou que quer chegar aos 40 deputados e ser Governo em 2022, inicia a campanha oficial na província do Uíge, no interior-norte de Angola, tendo o fecho previsto para 21 de agosto, em Luanda.

Entre as seis forças concorrentes, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) é a única que arranca o período de campanha oficial em Luanda. Na sexta-feira, 21 de julho, é o próprio presidente e cabeça-de-lista do partido a apresentar, em Luanda, o programa de Governo da UNITA.

No dia seguinte, 22 de julho, Isaías Samakuva lidera o comício previsto para o município do Cacuaco, nos arredores da capital, com o regresso a Luanda no fecho da campanha, a 21 de agosto. A maior força política da oposição em Angola não foi além de 1.074.565 votos nas eleições de agosto de 2012, equivalente a 18,6% do total, e 32 deputados.

Já o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder em Angola desde 1975, escolheu o Huambo para o arranque da campanha eleitoral agora liderada por João Lourenço.

O general e ministro da Defesa Nacional, que se mantém em funções, já percorreu desde fevereiro as províncias do país, com atos de massas em todas as capitais, e escolheu o Huambo, bastião da UNITA durante a guerra civil que se seguiu à independência, para o arranque oficial da campanha, com um ato de massas no dia 25 de julho.

Nas eleições de 2012, a candidatura encabeçada por José Eduardo dos Santos obteve 4.135.503 votos, 71,8% do total, e 175 dos 220 deputados eleitos, além da Presidência e vice-Presidência da República.

A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) optou por arrancar com a campanha, a 25 de julho, domingo, no Cuito, capital do Bié, fazendo deslocar o presidente do partido e cabeça-de-lista às eleições gerais, Lucas Ngonda, a um bastião histórico daquela força política.

Em 2012, a FNLA não foi além de 65.163 votos, 1,13% do total, tendo a representação parlamentar mais reduzida, com dois deputados eleitos.

Angola contará com 9.317.294 de eleitores nas eleições gerais de agosto, segundo os dados oficiais da CNE.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo.

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