João Lourenço, que toma hoje posse como presidente rotativo da SADC, frisou na cerimónia de abertura da cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, a decorrer em Luanda, que esta é a terceira vez que Angola é designada para realizar o magno evento.

“Este facto representa para nós o claro reconhecimento dos Estados-membros ao seu visível compromisso que tem o nosso país com as causas mais importantes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral”, referiu.

Segundo João Lourenço, na cimeira vão ser debatidas questões de relevo para a organização, funcionamento e crescimento da SADC, frisando que o lema do evento está centrado na industrialização sustentável e no desenvolvimento inclusivo da comunidade regional, tendo como pilar basilar o capital humano e financeiro.

“É por isso importante que durante os trabalhos possamos aproveitar a experiência de cada Estado-membro e colhermos os melhores contributos para o êxito que se pretende da nossa cimeira”, realçou.

A 43ª cimeira de chefes de Estado e de Governos que decorre sob o lema “Capital Humano e Financeiro: Os principais Fatores para a Industrialização Sustentável da Região da SADC”, conta com a presença dos presidentes de Angola, Moçambique, República Democrática do Congo, Zimbabué, Namíbia, Zâmbia, Malaui, África do Sul, Botsuana, e representantes dos Governos dos restantes sete Estados-membros.

A SADC é um bloco económico formado pelos lusófonos Angola e Moçambique, além da África do Sul, Botsuana, República Democrática do Congo, Comores, Lesoto, Madagáscar, Malaui, Maurícias, Namíbia, Essuatíni, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

Governador de Cabo Delgado enaltece papel de militares da SADC

"A maior expressão da solidariedade entre os povos da SADC temos estado a testemunhar especialmente na nossa província, com a presença em peso das Forças integradas da SAMIM [missão da SADC em Moçambique], conjuntamente com as nossas Forças de Defesa e Segurança no combate ao terrorismo, criando assim as condições necessárias para o desenvolvimento económico", reconheceu Valige Tauabo.

Ao participar hoje em Pemba, capital da província, nas celebrações do dia da SADC, o governador reiterou que a união dos países da região deve representar uma "lição" aos terroristas, de que não poderão impor-se em nenhuma parte do território de Cabo Delgado.

"Acreditámos, e fica demonstrado, que juntos somos ainda mais fortes. E fica nítida uma lição que aqueles que movem ações terroristas contra a nossa população, escondendo o rosto sobre os objetivos inconfessáveis que têm sobre as riquezas da nossa terra: saibam que estes pertencem única e exclusivamente ao povo moçambicano e jamais deixaremos que alguém se imponham no nosso solo pátrio", disse.

Os chefes de Estado da SADC decidiram prorrogar o prazo da missão militar da organização regional que apoia Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, avançou em 12 de julho aquela organização, em comunicado.

"A 'troika' da Cimeira do Órgão prorrogou o mandato da missão da SADC em Moçambique [SAMIM] por um período de 12 meses, com efeitos a partir de 16 de julho", refere a nota emitida após uma sessão extraordinária da 'troika' dos chefes de Estado e do Governo da SADC.

Além de "consolidar as conquistas alcançadas", a decisão de prorrogar o prazo da missão visa facilitar o regresso seguro das populações que foram obrigadas a fugir devido ao conflito naquela província do norte de Moçambique.

A SADC realiza hoje a 43.ª cimeira, em Luanda, marcando o início da presidência rotativa pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço.

A resposta militar com apoio de forças estrangeiras em Cabo Delgado começou em julho de 2021 e, além de países-membros da SADC, conta com o Ruanda.

Vários distritos junto aos projetos de gás foram libertados desde a chegada das forças estrangeiras, mas surgiram novas vagas de ataques isolados a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em quase seis anos de ataques rebeldes, alguns dos quais reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.