Aproveitando o Dia Mundial da Alimentação, hoje assinalado, as leguminosas estão no centro de um festival sobre saúde, nutrição e sustentabilidade, uma iniciativa a decorrer em Belém, em Lisboa, até ao final da tarde, organizada pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

Além das palestras e dos expositores a apresentar diversas espécies e alguns produtos que podem fazer-se, como compotas, o Festival das Leguminosas quer chegar aos mais novos, que podem conhecer estes alimentos através de jogos e de experiências.

Antes do almoço, eram mais os adultos que paravam a olhar as bancas e a procurar informação, poucos vinham acompanhados de crianças, como Madalena Viegas que trouxe a Maria, de cinco anos, "para aprender" acerca das leguminosas, já presentes na alimentação lá de casa, mas "não tanto como seria desejável", como disse à agência Lusa.

A Maria já come feijão-frade ou grão, o que poderá ter alguma coisa a ver com o facto de a mãe ser nutricionista, e a avó reconhece que, no que respeita a outros produtos menos saudáveis, "à medida que os amigos vão começando a comer essas coisas" há uma tendência para experimentar e querer, o que acontece com 'a pequena', ao contrário do irmão mais velho que "não liga nenhuma".

"Com os meus filhos não estávamos nada motivados para isso [alimentos saudáveis], não tínhamos conhecimentos como agora, não havia esta partilha de informação. Tinha cuidados normais, como evitar os fritos, coisas muito rudimentares considerando os tempos atuais", descreveu Madalena Viegas.

Sydney, de 11 anos, vive no Algarve, mas hoje passeia por Lisboa com os pais e o irmão, acabando por entrar no Jardim Botânico Tropical, onde decorre o festival. "Em casa, como sou criança, não gosto muito de feijão, gosto de alimentação com doces e também comida normal, mas não sou uma pessoa que come muita salada", descreveu à Lusa.

No entanto, "sei que [a opção por leguminosas] é saudável para a nossa alimentação e devo tentar comer mais", reconheceu Sydney, e dos seus planos consta melhorar a alimentação, até porque, com o que aprende na escola, está a "saber mais do que quando era pequenina", o que será mais difícil e "vai demorar mais tempo até gostar" é mesmo a fruta.

Cristina está com o marido e os dois filhos - Vasco de cinco anos e Duarte de três - e conta à Lusa que lá em casa tentam que os rapazes consumam leguminosas porque pensam serem importantes e, com os cereais, "são uma base da alimentação".

"As leguminosas não estão no consumo diário das nossas alimentações, mas nós, até muito pelo Ano Internacional das Leguminosas, acabamos por ficar um bocadinho mais sensibilizados e começamos a tentar introduzi-las na alimentação de uma forma mais regular", disse Cristina.

Porém, "não é muito fácil, temos de ser criativos na forma como as confecionamos, por exemplo, fizemos biscoitos de lentilhas" e, depois de uma reação menos positiva, os miúdos acabam por gostar do sabor, salientou.

"Não podemos ser fundamentalistas", defendeu Cristina, e, por exemplo, nas festas de aniversário dos amigos, Vasco e Duarte "têm direito a comer tudo o que houver, mas percebem que são alturas de festa, o momento ideal para comer essas guloseimas, que no dia-a-dia não consomem".

António Monteiro, da organização do Festival, explicou que, "do ponto de vista nutricional, as leguminosas são muito ricas em proteína e têm uma série gigante de vitaminas e sais minerais, são isentas de glúten, têm um alto teor de fibra", além das vantagens ligadas à digestão, prevenção de doenças cardiovasculares e oncológicas, e à questão do impacto ambiental.

"Devido ao seu elevado teor de proteína, as leguminosas quando combinadas com cereais, dão uma refeição completa, equilibrada e económica, sem necessidade de recorrer à proteína animal", salientou.

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