Fernando Figueiredo, de 47 anos, é atualmente investigador ‘pós-doc’ no Departamento de Matemática/Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra, investigador colaborador no Centre François Viète da Universidade de Nantes (França) e 'visiting scholar' no Departamento de História e Filosofia da Ciência da Universidade de Cambridge (Reino Unido).

A sua pesquisa está centrada “na compreensão e extensão em que os principais avanços da mecânica celeste foram assimilados e incorporados, durante a primeira metade do século XIX, na atividade astronómica do Observatório Astronómico e nas suas emblemáticas efemérides astronómicas”.

Mas, em Viseu, o investigador – que é membro de vários projetos científicos nacionais e internacionais – terá agora de perceber o que fazer para conquistar os votos necessários que levem à vitória do BE e ao destronar do PSD.

“É tempo de abrir as janelas e deixar arejar a casa. Após tanto tempo, torna-se imperioso renovar, modernizar e desenvolver social, cultural e economicamente a cidade e o concelho”, considera.

Embora trabalhe em Coimbra, Fernando Figueiredo vive em Viseu. E, ao longo da sua vida adulta, sempre se preocupou com os assuntos da sua cidade, onde chegou a ser sócio da Livraria da Praça.

No Jornal do Centro, assinou a crónica quinzenal “Primorosa das Beiras”, na qual fazia uma reflexão sobre a vida cultural, social e política de Viseu, e, na já desaparecida Viseu TV, foi autor do programa “Pensar Viseu”. Foi ainda membro do Movimento de Cidadãos pela Revitalização do Centro Histórico.

Apesar de ultimamente ter andado mais discreto, Fernando Figueiredo garante que se manteve sempre atento.

“Como qualquer viseense do concelho, fui-me dando conta de que os tristes e recorrentes problemas teimam em fazer parte da sina da nossa cidade”, refere. Foi por isso que assumiu “com entusiasmo e dever cidadão o convite para encabeçar a lista do BE” à presidência da Câmara.

O investigador assume-se culturalmente “próximo de ideias e orientações ideológicas progressivas e um convicto defensor de políticas sociais equitativas, abrangentes e inclusivas”.

“Sou um ator político dialogante, como atesta a concertação e colaboração com múltiplos quadrantes culturais, políticos e partidários, à esquerda e à direita, em causas e iniciativas de natureza vária”, acrescenta.

Na sua opinião, “nestes últimos quatro anos muito pouco se fez pelos verdadeiros problemas das pessoas, da cidade e das freguesias”, e, por isso, o BE quer dar aos cidadãos “as respostas que eles esperam de um corpo autárquico que para e por eles trabalhará”.

Fernando Figueiredo fez uma licenciatura em Física/Matemática Aplicada (Astronomia) e um mestrado em História e Filosofia da Ciência, sobre o problema da determinação da órbita dos cometas.

O seu doutoramento em Matemática (especialidade Matemática Aplicada) consistiu num estudo da obra científica de José Monteiro da Rocha, que foi um dos obreiros da reforma pombalina da Universidade de Coimbra (1772) e da institucionalização da ciência moderna em Portugal.

A coordenadora concelhia do BE considera Fernando Figueiredo não só “um pensador”, mas também “um homem de ação já provada em inúmeras intervenções culturais e cívicas em prol de Viseu e dos viseenses”.

O PSD foi o partido mais votado em Viseu nas eleições autárquicas de 2013, conquistando 46,37% dos votos (cinco mandatos).

O PS conseguiu 26,84% dos votos (três mandatos) e o CDS-PP 9,56% dos votos (um mandato). O BE obteve 3,8% dos votos.