Até ao momento, as equipas de emergência conseguiram recuperar 30 corpos, que foram enterrados em dois cemitérios próximos e foram identificados apenas os corpos de doze pessoas, divulgou em comunicado o chefe do gabinete de comunicação social do Governo em Gaza, Salama Maarouf.

O “destino de cerca de 1.000 pessoas, incluindo cidadãos, pessoal médico e jornalistas” após o ataque “ainda é desconhecido” e “os seus corpos foram escondidos noutro local”, segundo Maarouf, que criticou “o crime hediondo e desprezível cometido pelo exército de ocupação ao saquear o maior complexo médico da Palestina e ao destruí-lo completamente”.

O chefe do gabinete de comunicação social do Governo em Gaza adiantou trata-se do “massacre mais horrendo conhecido na história contra um complexo médico”, exortando o procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) a investigar “a todos os níveis” este massacre cometido pelo exército de ocupação no complexo de Al Shifa.

Os islamitas palestinianos do Hamas denunciaram, no início desta semana, a descoberta de novas valas comuns com “centenas” de cadáveres no hospital.

O grupo denunciou as “cenas horríveis” que se seguiram à descoberta de cadáveres em decomposição, uma “atrocidade” que atribui ao “fascismo abominável sionista”.

Israel “continua as suas violações do direito internacional e a sua guerra de extermínio em grande escala”, acusou o Hamas.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque de outubro de 2023, que provocou a morte de cerca de 1.200 israelitas, a maioria dos quais civis, e levou ao sequestro de cerca de 240 civis, dos quais mais de 100 permanecem como reféns em Gaza.

Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 33.000 pessoas, a maioria das quais eram também civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.