"Espero bem que em agosto já possamos ter aqui presentes bastantes peregrinos e sobretudo na [peregrinação] de outubro. É uma esperança", disse o bispo de Leiria-Fátima, o cardeal António Marto, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa antes das celebrações da peregrinação internacional de maio, que começam hoje e termina na quarta-feira.

O Santuário de Fátima vai celebrar os dias 12 e 13 de maio sem peregrinos nos seus espaços, na sequência das decisões sanitárias determinadas pelas autoridades de saúde face à pandemia da covid-19.

Durante a conferência de imprensa, António Marto, escusando-se a fazer previsões, referiu que a reabertura ao público do Santuário durante as celebrações bem como a retoma das missas será faseada, salientando que não espera grandes enchentes.

"Não vamos ter ilusão de que, ao abrir as igrejas, elas se vão encher e ter problemas de quem pode entrar ou não", vincou, apontando para o exemplo de Espanha onde a abertura das igrejas ficou "muito aquém do esperado", com uma catedral com capacidade para 200 pessoas com 30 nas celebrações e outra com seis.

O cardeal mostrou compreensão pelos grupos que "desejam ardentemente celebrar a eucaristia", mas realçou que é preciso "alguma paciência, que também é uma virtude cristã".

António Marto solidarizou-se também com todos os grupos que já tinham planeado a peregrinação.

"Não posso negar que quer a mim quer a todos aqueles que desejariam estar aqui provoca um sentimento de tristeza e dor, mas não podemos ficar fechados nisso", asseverou, considerando que importa retirar aspetos positivos desta experiência, nomeadamente "ir ao mais essencial de qualquer peregrinação que é fazer um caminho interior no íntimo da nossa vida e da nossa existência".

Portugal contabiliza 1.163 mortos associados à covid-19 em 27.913 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

O país entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.