Boris Johnson, antigo primeiro-ministro inglês, esteve esta tarde de sexta-feira diante da comissão parlamentar que está a investigar o polémico caso Partygate, um escândalo político no Reino Unido sobre festas e outras reuniões de funcionários do governo e do Partido Conservador realizadas durante a pandemia, em 2022. O ex-líder britânico justificou-se perante membros do parlamento, referindo que pensava estar a cumprir as regras do confinamento.

“Acreditava que o que estávamos a fazer estava em conformidade com os regulamentos da Covid. Acredito implicitamente que estes eventos estavam dentro das regras, não houve desleixo. Aliás, a prova disso é a presença nesses eventos do fotógrafo oficial”, referiu Boris Johnson, salientando também que ele "líder, estava preocupado que algo fosse contra as regras".

O antigo líder referiu também aos parlamentares que seguiu o aconselhamento de alguns dos seus assessores. "Como primeiro-ministro fazemos o que, por vezes, nos aconselham. Movemo-nos de um evento para outro. Ninguém me disse, antes ou depois, que eram contra as regras", disse, comentando depois o relatório parlamentar.

"O que é tão interessante sobre o relatório é que após 10 meses de esforços e a vasculharem todos os inúmeros WhatsApps e mensagens, não encontraram absolutamente nenhuma evidência para sugerir o contrário. Não há absolutamente nada que mostre que algum conselheiro meu ou funcionário público me tenha avisado com antecedência que os eventos pudessem ser contra as regras, nada que mostre que eu mesmo acreditei ou estava preocupado que algo era contra as regras", salientou.

Por sua vez, o relatório do inquérito às Partygates, salienta que há "evidências de que a cultura de beber no local de trabalho em algumas partes do nº 10 continuou após o início das restrições da Covid, e que eventos como festas de aniversário e festas de despedida para funcionários continuaram no nº 10, apesar das orientações do local de trabalho sobre distanciamento social e regulamentos que impõem restrições a reuniões".

O antigo primeiro-ministro, refira-se, acabou por apresentar a demissão, no ano passado, na sequência desta polémica, e após o surgimento de várias fotos que comprovavam o convívio de Boris Johnson com outros elementos, no nº10 de Downing Street, a residência oficial do líder do governo britânico.