Bolsonaro confirma assim a tendência da campanha para a primeira volta, na qual também conseguiu angariar mais donativos privados do que o antigo chefe de Estado Luiz Inácio Lula da Silva, que foi o mais votado em 02 de outubro.

Os dois candidatos presidenciais enfrentam-se numa segunda volta, marcada para 30 de outubro.

A campanha de Lula comunicou ao Tribunal Superior Eleitoral um total de 126 milhões de reais (24,3 milhões de euros, no câmbio atual) de receitas nas duas voltas da campanha, na sua maioria provenientes do fundo eleitoral, a principal fonte pública de financiamento da campanha, de acordo com o jornal Folha de São Paulo, citado pela agência de notícias Europa Press.

O maior doador para a campanha de Lula é o empresário e antigo líder do Partido dos Trabalhadores (PT), força política de Lula, Altair Vilar, de Ipatinga, Minas Gerais, que contribuiu com 600.000 reais (cerca de 117.240 euros).

Em contrapartida, Bolsonaro declarou 67 milhões de reais (21,9 milhões de euros) no total em donativos, dos quais apenas 16,5 milhões (cerca de 3,2 milhões de euros) provêm de fundos públicos.

Vários doadores contribuíram com quase um milhão de reais (193 mil euros) cada um, na sua maioria provenientes da indústria agrícola.

O doador mais destacado é o advogado Fabiano Campos Zettel, que contribuiu com três milhões de reais (quase 580 mil euros), doados na passada segunda-feira por transferência bancária.

Campos é pastor da igreja de Bolade Nieve em Belo Horizonte.

Cornelio Sanders, que também se destaca entre os doadores com um milhão de reais, é um empresário envolvido na produção de soja, milho, algodão e eucalipto que em 2005 foi condenado por ter trabalhadores em regime de semi-escravidão.

O PT de Lula da Silva tem direito a quase 500 milhões de reais (96,5 milhões de euros) do fundo eleitoral por ter sido o mais votado nas eleições legislativas de 2018, enquanto o Partido Liberal de Bolsonaro tem direito a 268 milhões de reais (51,8 milhões de euros) pelos seus 33 deputados obtidos em 2018, quando adotava o nome de Partido da República.

Ambas as campanhas podem solicitar doações para as atividades do seu candidato até 30 de outubro, dia da votação, sempre com um limite máximo de 133 milhões de reais (25 milhões de euros).