“Desde que o Governo brasileiro reconheceu a independência da Ucrânia, em dezembro de 1991, Brasil e a Ucrânia têm mantido vários contactos de alto nível entre seus líderes”, diz uma nota do Ministério das Relações Exteriores.

O Governo brasileiro lembrou que, em 2009, os dois países firmaram uma aliança estratégica nos setores espaço, defesa e saúde, e que o comércio bilateral do país sul-americano e a Ucrânia triplicou nas últimas três décadas.

O Brasil também celebrou “a valiosa contribuição da comunidade ucraniana e seus descendentes”, estimada em meio milhão de pessoas, “para o desenvolvimento” do Brasil e citou o caso da escritora Clarice Lispector, nascida na Ucrânia, mas que fugiu ainda criança para o Brasil, que marcou a formação cultural do país.

Bolsonaro, que aparentemente será candidato à reeleição nas eleições de outubro deste ano, viajará a Moscovo em 14 de fevereiro numa visita oficial em que se reunirá com o Presidente russo, Vladimir Putin, e empresários locais.

O Presidente brasileiro manteve sua agenda apesar da crescente tensão no leste europeu, onde milhares de soldados russos foram mobilizados em vários pontos da fronteira com a Ucrânia, o que desencadeou uma escalada de tensão entre os Estados Unidos da América, a NATO e a Rússia.

Moscovo insiste que não quer uma guerra e que não ameaça a Ucrânia, enquanto Washington alerta que os russos podem atacar o país vizinho “a qualquer momento”.

O jornal brasileiro Folha de São Paulo informou que as autoridades norte-americanas pressionaram o Governo a reconsiderar sua viagem à Rússia neste momento, mas o pedido não foi acatado e Bolsonaro minimizou o assunto.

“Brasil é Brasil e Rússia é Rússia. Construo um bom relacionamento com o mundo inteiro, se [o Presidente norte-americano] Joe Biden me convidar, estarei nos Estados Unidos com o maior prazer”, disse Bolsonaro em 03 de fevereiro.

Na mesma viagem, Bolsonaro fará uma escala na Hungria, onde presumivelmente se reunirá com o primeiro-ministro daquele país, o ultranacionalista Viktor Orbán, com quem trocou elogios nesses anos em que ambos coincidiram no poder.