A campanha de Luiz Inácio Lula da Silva defende que seja estabelecido um prazo máximo para um militar ocupar um cargo civil e estabelecer sanções, como ser colocado na reserva, caso permaneça nas funções políticas, noticia o jornal Folha de São Paulo.

No antigo estatuto dos militares, os oficiais tinham que passar à reserva caso permanecessem mais de dois anos em cargos de natureza civil, uma regra que foi anulada por Jair Bolsonaro – ele próprio capitão do exército na reserva – que optou por militares para inúmeros cargos ministeriais.

A iniciativa estaria, assim, em consonância com o discurso de campanha de Lula da Silva sobre “despolitizar” as Forças Armadas.

Com esta medida, o candidato às eleições presidenciais de 30 de outubro espera colocar um civil no comando do Ministério da Defesa e retirar “quase 8.000 soldados” de outros cargos.

Oficiais consultados pelo Folha de São Paulo temem que Lula introduza mudanças em três pontos-chave, nomeadamente reforma, currículo de treino militar e critérios para promoção de oficiais.

Na primeira volta das eleições presidenciais, Lula da Silva venceu com 48,4% dos votos e disputará a segunda volta no dia 30 contra o candidato apoiado pela extrema-direita Jair Bolsonaro, que obteve 43,2%.

As sondagens de intenção de voto colocam Lula da Silva como favorito para a segunda volta, com vantagem de cinco a nove pontos sobre Bolsonaro.