“Há uma preocupação do ponto de vista da defesa, mas a preocupação maior diz respeito à parte humanitária”, disse Raul Jungmann numa conferência de imprensa com correspondentes estrangeiros.

De acordo com o ministro, a crise em que mergulhou a Venezuela, com uma crescente escassez de alimentos e medicamentos, gerou uma migração significativa para a Colômbia e para o Brasil.

“Nós não queremos agravar a situação”, mas “temos o dever de defender a fronteira” e “nos preparar para um possível agravamento da crise, que significa preparar-nos para atender o aumento da pressão migratória”, completou Raul Jungmann.

Segundo dados não oficiais, o Brasil já acolheu cerca de 10.000 venezuelanos distribuídos entre os Estados de Roraima e Amazonas.

No entanto, o ministro brasileiro afirmou que entre 6.000 e 8.000 venezuelanos cruzam essa fronteira na região norte do país todos os dias, especialmente em Roraima, com a intenção de comprar alimentos e medicamentos, escassos no seu país.

O governante brasileiro também comentou que o seu país está a trabalhar em planos de segurança na fronteira com o Peru e a Colômbia.

Segundo Raul Jungmann, a proximidade do Brasil com estes países – grandes exportadores de cocaína e outras drogas – impõem a necessidade de uma luta conjunta contra crimes de carácter transnacional, principalmente o tráfico de drogas e de armas.

“Nenhum país pode combater esta situação sozinho, sem parcerias com seus vizinhos”, disse o ministro, que discutiu estas questões com as autoridades colombianas numa visita a Bogotá esta semana e deve tratar do assunto de novo ao receber o seu homólogo peruano, Jorge Montesinos, na próxima sexta-feira.

Os planos discutidos com a Colômbia e o Peru incluem manobras militares na Amazónia brasileira, com a presença de observadores de outros países, incluindo os Estados Unidos.