Durante o discurso de arranque do Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, Mario Draghi recordou que, há precisamente um ano, os cidadãos britânicos tinham acabado de decidir abandonar a União Europeia (UE), recordando que, na altura, exprimiu o sentimento de "tristeza" para definir a emoção que tal decisão implicava.

"Havia então um sentimento grande de incerteza" sobre as implicações que o 'Brexit' teria sobre o futuro da União Europeia, sublinhou o líder do BCE, considerando que, durante o último ano, "a maioria silenciosa da Europa mostrou a sua voz" e que, atualmente, as palavras daqueles que vaticinavam o fim da EU e do euro "não passam de sussurros".

E destacou: "Os problemas não desapareceram, mas as perspetivas hoje são sem dúvidas melhores".

Segundo o líder do BCE, que apontou para a melhoria do ambiente económico na Europa, chegou agora o tempo de pensar como capitalizar esta nova fase.

Numa curta intervenção de boas-vindas aos participantes no Fórum do BCE, Draghi vincou que é necessário refletir como manter o momento de crescimento sem estar dependente das políticas monetárias.

Antes de passar a palavra a Ben Bernanke, ex-presidente da Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos (EUA), que foi o orador convidado para o discurso de abertura do evento, Draghi aproveitou para elogiar o responsável norte-americano.

"Ben Bernanke não precisa de apresentações, mas quero prestar um tributo por ter conduzido os EUA a sair da crise financeira devido à sua liderança inteligente", afirmou.

O BCE volta a reunir em Sintra, a partir de hoje, cerca de 150 personalidades do mundo da política monetária e financeira para debater o investimento e o crescimento das economias desenvolvidas.

Mario Draghi deu início aos trabalhos, com o habitual discurso num jantar de boas-vindas às dezenas de economistas e responsáveis internacionais que participam no ?ECB Forum on Central Banking', em Sintra, que é dedicado este ano ao ?Investimento e Crescimento nas Economias Desenvolvidas'.

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