Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Vieira do Minho, António Cardoso, explicou que a autarquia "acompanhava com preocupação" a situação dos operacionais que tinham os vencimentos em atraso de "forma constante" e que em maio de 2017 decidiram mesmo suspender a sua atividade, pelo que o município "procurava uma solução para manter a equipa".

Os Sapadores Florestais estavam sob a alçada da Associação de Defesa da Floresta do Minho (ADEFM), uma entidade privada, sem fins lucrativos, com comparticipação financeira do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) "que pagava metade dos salários dos sapadores florestais" e da autarquia.

"Nas conversações com os homens apercebemo-nos de que nós fazíamos as transferências que devíamos, o ICNF também, mas que os salários não eram pagos. Nunca falhámos com a nossa parte. Quando deixámos de transferir o dinheiro foi em maio e com o acordo dos operacionais porque o dinheiro não lhes chegava", explicou o autarca.

Segundo António Cardoso, "a câmara nunca quis perder esta mais-valia e tratou de procurar uma solução e a encontrada foi passar os homens para a Associação para o Ordenamento da Serra da Cabreira (da qual fazem parte o autarquia, juntas de freguesia e Conselhos Diretivos de Baldios)" transferência que teria que ser ratificada pelo ICNF.

Hoje, em comunicado, a autarquia explica que "depois de sucessivos avanços e recuos no processo de negociação da transferência da equipa de sapadores que era gerida pela ADEFM, o município de Vieira do Minho alcança finalmente uma solução que serve os interesses do concelho e dos próprios trabalhadores".

Segundo o texto, na segunda-feira António Cardoso, "na presença de um representante da ADEFM e dos sapadores florestais, assistiu à regularização dos valores em atraso, dando assim cumprimento ao acordo celebrado em 16 de agosto entre a Câmara Municipal de Vieira do Minho, a APOSC e a ADEFM que cede em definitivo a gestão da equipa de sapadores à APOSC".

Para o autarca "acaba assim a novela dos salários em atraso, a equipa mantém-se ativa, como a câmara queria e como faz falta".

Aquela equipa de Sapadores Florestais existe desde 2004, sendo composta por cinco elementos que vão agora desempenhar atividade no concelho de Vieira do Minho, preferencialmente nos baldios das freguesias de Anjos, Vilar Chão, Pinheiro e Cantelães.

O contrato assinado entre os operacionais e a APOSC, esclarece a autarquia, vigora pelo prazo de um ano, renovando-se automaticamente por períodos iguais e vai custar anualmente 60 mil euros, a suportar em partes iguais pelo município e pelo ICNF.