“É inaceitável que a República continue a manter este subsídio de mobilidade em que os madeirenses são obrigados a adiantar às vezes 300, 400, 500, 600, 700 euros para poder viajar para o continente”, disse José Manuel Rodrigues numa ação da campanha eleitoral, no Funchal, referindo-se aos custos das passagens aéreas.

O também líder regional dos centristas madeirenses, que é o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira desde 2019, exigiu o cumprimento do que “foi aprovado no parlamento regional”.

“Os madeirenses só devem pagar 86 euros à cabeça quando compram uma viagem Funchal-Lisboa-Funchal e os estudantes 65”, indicou, acrescentando que “o Governo do Partido Socialista foi insensível a esta pretensão”. Por isso, espera que o executivo nacional PSD/CDS “possa cumprir esse desígnio dos madeirenses”.

José Manuel Rodrigues mencionou que esta é uma “questão antiga” e “injusta”. No seu entendimento, é inaceitável, por exemplo, que uma família de um casal com o salário mínimo e dois filhos tenha de pagar cerca de 700 euros para ir ao continente e só depois seja reembolsado num balcão dos CTT, no regresso.

“Isto não faz sentido”, sublinhou, propondo que o Estado crie uma “entidade parabancária ou bancária que substitua ao próprio Estado, pague naturalmente esse dinheiro às agências de viagem ou companhias aéreas, e o residente, dentro do princípio da continuidade territorial, só pagará os 86 euros e os estudantes 65”.

Na Madeira, foi fixado para os residentes o valor de 86 euros nas ligações ida e volta para o território continental e de 119 para os Açores, valor que pode aumentar se a viagem exceder o teto máximo de 400 euros. No caso dos estudantes o preço é de 65 euros.

A generalidade dos residentes tem de pagar a viagem às companhias aéreas no ato de compra e só no fim pode ser reembolsada, de forma a apenas ter como encargo o preço fixado. Os estudantes têm a possibilidade de pagar apenas os 65 euros no ato da compra da passagem se o fizerem numa agência de viagens.

O cabeça de lista recordou, por outro lado, que foi o partido, em 2019, a fazer aprovar no parlamento da Madeira novos passes sociais para os transportes terrestres.

“Conseguimos baixar os passes - o urbano para 30 euros e o interurbano para 40 euros”, salientou, lembrando que antes “havia passes que custavam 120 e 140 euros, que levavam 10% e 15% do salário de um trabalhador”.

Segundo José Manuel Rodrigues, “hoje os passes são acessíveis para a maioria das pessoas e até há 77 mil madeirenses, idosos e jovens, que andam de transportes gratuitos quer nos urbanos, quer interurbanos”.

O CDS-PP integrou a coligação com o PSD que governa a Madeira, mas o acordo foi rompido pelos sociais-democratas na sequência da crise política iniciada em janeiro, quando o líder do executivo, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.

Albuquerque demitiu-se e o Presidente da República acabou por dissolver a assembleia e marcar eleições antecipadas.

Há 14 candidaturas a disputar em 26 de maio os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Nas anteriores eleições, em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.