João Oliveira, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), referiu que, só neste último ano, há mais 32% de doentes tratados no hospital de dia do centro oncológico.

Foi o primeiro centro de oncologia que abriu no interior do país, a seguir a Lisboa, Coimbra e Porto, mas quase uma década depois precisa de crescer.

Para aumentar a capacidade de resposta e o número de tratamentos, o responsável salientou que é preciso um novo acelerador linear, ainda o ‘upgrade’ do atual que está a funcionar quase há 10 anos, mais especialistas da área e ainda obras de ampliação do atual edifício.

Em maio, durante uma deslocação a Vila Real, o ministro da Saúde anunciou a aquisição deste novo equipamento para reforçar a unidade de radioterapia do Centro Oncológico do CHTMAD, um investimento que poderá rondar os cinco milhões de euros e vai permitir introduzir novas técnicas de tratamento.

João Oliveira frisou que aguarda com “muita expectativa” a autorização para a aquisição deste segundo acelerador linear por parte dos ministérios da Saúde e das Finanças.

E a expectativa é que esta autorização seja dada até ao final do ano.

“Até agora ainda não aconteceu, mas sei que o senhor ministro está muito empenhado em fazer essa aprovação, que não depende exclusivamente dele. É um equipamento absolutamente necessário”, salientou.

João Oliveira afirmou que o atual acelerador “atingiu o estado de lotação total nos últimos meses”, referindo ainda que este equipamento já está “no limiar de tratamentos que consegue fazer”, mesmo “trabalhando 12 horas por dia”.

“Os profissionais têm-se desdobrado para a utilização deste equipamentos, mas, infelizmente, as condições técnicas não permitem mais, por isso é absolutamente necessário termos o segundo acelerador linear e a seguir fazer um ‘upgrade’ ao atual para lhe prolongar o tempo de vida e para tratar mais doentes também”, sublinhou.

O presidente do conselho de administração referiu ainda que já foram feitos pedidos para aumentar o número de profissionais, como oncologistas e técnicos de radiologia, estando a aguardar-se também a autorização.

Depois, a médio prazo, adiantou, será necessário proceder a obras de ampliação do atual edifício do centro oncológico.

“Sendo o cancro uma doença tão comum, não tem sentido haver um grande número de doentes a deslocar-se todos os dias centenas de quilómetros para fazer o tratamento”, afirmou, por sua vez, Miguel Barbosa, diretor do serviço de oncologia do CHTMAD.

O responsável frisou que, por isso, o que se “pretende é que o doente seja tratado o mais próximo de casa possível”.

O centro oncológico de Vila Real já ajudou a evitar deslocações para tratamentos no litoral, mas, segundo este responsável, agora está a ir-se mais longe com a ida dos especialistas de Vila Real para realizar tratamentos no Hospital de Macedo de Cavaleiros, no âmbito de um protocolo assinado com a Unidade Local de Saúde do Nordeste.

Em 2016, foram realizados 8.000 mil tratamentos no centro oncológico. Até ao final de 2017, prevê-se que sejam atingidos os 12.000 tratamentos, juntando os números de Vila Real e de Macedo de Cavaleiros.

Nesta região, onde as doenças oncológicas são a segunda maior causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares, os principais cancros detetados são os relacionados com o foro digestivo (intestino e gástrico), seguidos dos da mama e próstata.