Segundo uma nota publicada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Qin lamentou que uma “série de ações erradas” de Washington estivessem a “minar o ímpeto positivo”, gerado pelo “consenso” alcançado entre os líderes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, respetivamente, num encontro realizado na ilha de Bali, na Indonésia, em novembro passado.

Segundo Qin, as “ações equivocadas” dos Estados Unidos levaram à “rutura da agenda acordada de diálogo e cooperação entre os dois lados” e ao “congelamento das relações”.

O ministro chinês exortou Burns a evitar “incidentes” e que os laços entre Pequim e Washington “caiam numa espiral de deterioração” e pediu aos Estados Unidos que “corrijam a sua perceção da China”.

Observando que Pequim “adere aos princípios do respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação” nas suas relações com Washington, Qin disse ter esperança de que os EUA “voltem à racionalidade”.

Qin Gang afirmou ainda que os EUA “devem parar de esvaziar o conteúdo do princípio ‘Uma só China'” e “parar de apoiar as forças separatistas” em Taiwan.

As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

Nos últimos meses as tensões foram renovadas por questões como o derrube em território norte-americano de um balão da China alegadamente usado para fins de espionagem, a posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e a possível proibição nos EUA da aplicação de vídeo TikTok, desenvolvida pela empresa chinesa ByteDance.

A nota da diplomacia chinesa não deu detalhes sobre as afirmações de Burns.