• Já foram administradas 1 milhão de vacinas contra a gripe sazonal em Portugal e 450 mil doses de reforço contra a covid-19, anunciou António Lacerda Sales. "Mas continuamos a ter caminho a percorrer, no sentido de proteger a população mais vulnerável contra os vírus que circulam nesta época", frisou.
  • "Se hoje Portugal é um caso de sucesso no processo de vacinação deve-o aos portugueses que confiaram e confiam no SNS e aos profissionais de saúde que nunca baixaram os braços", acentuou. Contudo, "a pandemia não acabou e temos de continuar a ter uma atitude preventiva perante o desafio de novas variantes, o aumento de casos na Europa e também a imprevisibilidade deste processo".
  • Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, "as duas doses [da vacina contra a covid-19] foram essenciais para darmos um passo em frente no regresso à normalidade". Agora, "esta terceira dose, bem como a vacinação contra a gripe sazonal, é crucial para evitarmos dar um passo atrás", apontou. "Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que tal não aconteça, mas continuamos, obviamente, a precisar do esforço de todos".
  • Lacerda Sales referiu que "em 11 meses vacinámos toda a população possível, priorizando quem cuida de nós, os mais vulneráveis, os migrantes; todos, dos mais velhos aos mais novos", numa campanha de vacinação "sem precedentes na nossa história". Contudo, "estamos agora noutra fase, em que a vacinação não acontece de forma massiva e, por isso, mais do que comparar com o processo anterior, que não é comparável, devemos continuar focados no objetivo primordial que é proteger as pessoas, protegermos o nosso país". Mais uma vez, o objetivo é "não deixar ninguém para trás".
  • O secretário de Estado Adjunto e da Saúde recordou que "este fim de semana teremos Casa Aberta, de norte a sul do país, para podermos vacinar os maiores de 80 anos que ainda não foram vacinados", lembrando que esta é "uma oportunidade para os familiares e cuidadores poderem levar as pessoas à vacinação", uma vez que "há maior disponibilidade". Os centros estarão abertos maioritariamente das 9h às 17h e a lista dos locais pode ser consultada no site da DGS. Lacerda Sales alertou ainda para a possibilidade de alguns constrangimentos no processo, uma vez que não existem horas marcadas para as inoculações.
  • Na próxima semana vai começar a vacinação dos profissionais de saúde com a dose de reforço e, na semana de 22 a 27 de novembro, será a vez dos profissionais do setor social e também dos bombeiros envolvidos no transporte de doentes, "porque temos de continuar a cuidar de quem cuida de nós", lembrou.
  • António Lacerda Sales informou ainda que vai ser lançada, durante o fim de semana, um campanha de comunicação para reforçar o apelo à vacinação contra a covid-19 e contra a gripe sazonal.
  • "Relativamente aos profissionais de saúde alocados aos centros de vacinação, nenhum deles — da primeira fase — foi dispensado e, por conseguinte, continuam a poder estar nesses centros de vacinação", explicou Lacerda Sales. "Foram dadas indicações aos presidentes das ARS para que se contratassem todos os profissionais necessários, obviamente de acordo com o processo que agora está a decorrer, quer enfermeiros, quer médicos e assistentes técnicos e operacionais, com os pagamentos a serem feitos dentro dos quadros legais já existentes".
  • Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, explicou que estamos "numa nova etapa da vacinação", que tem "patamares de prioridades". "Como todos sabem, são elegíveis pessoas com mais de 65 anos, mas começamos com pessoas com 80 ou mais e por pessoas que estão em instituições, que são os mais vulneráveis, e vamos descendo até atingir toda a população com mais de 65 anos, à medida que faz os seis meses desde a última dose".
  • No que diz respeito aos recuperados, explicou que "obviamente vão entrar num destes patamares da segunda etapa da vacinação". A norma para estes casos já está feita e deve ser divulgada pela DGS "nos próximos dias". Ao mesmo tempo estará pronto "o sistema informático" que permitirá a convocatória dos recuperados, dando-se início ao processo de agendamento e ao de vacinação destes casos.
  • Lacerda Sales, questionado se devido ao aumento de casos de covid-19 poderá haver uma reestruturação dos serviços nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde para aumentar a capacidade de resposta, referiu que o SNS já provou a sua capacidade de resposta em fases do pico da pandemia como a de janeiro passado.
  • "Pedimos os planos de contingência de todos os hospitais, que já os apresentaram, e também todas as escalas de urgência internas, para que pudessem apresentar até ao final do ano. Portanto, planificámos, ao nível das instituições de saúde, para podermos estar preparados para um eventual crescimento de casos".
  • Questionada sobre a adesão à vacinação, Graça Freitas lembrou que "obviamente é diferente em grande etapa e o que o MS faz é adaptar as suas estratégias em função do que é essa adesão". Assim, as pessoas começam agora "a perceber que a pandemia ainda não acabou" e que "há um aumento da atividade viral enorme em todo o mundo e em toda a Europa e só não nos estão a infetar mais porque muitos de nós estamos vacinados".
  • Segundo a diretora-geral da Saúde, o reforço da vacina contra a covid-19 "não significa que as pessoas tenham perdido a proteção", mas "é para voltarem a um patamar de imunidade que lhes dê conforto no inverno e esse conforto representa, quer para a gripe, quer para a covid, não se ter doença grave", ou seja, não haver internamento ou morte.
  • Por sua vez, o coordenador do núcleo de coordenação do plano de vacinação contra a Covid-19, o coronel Carlos Penha-Gonçalves, afirmou que há "um plano para fazer a vacinação das pessoas com mais de 65 anos, elegíveis," até ao dia 19 de dezembro. Para isso vai contribuir em grande escala a Casa Aberta deste fim de semana.
  • Quanto à vacinação dos mais novos, de outros grupos etários, Graça Freitas recordou que existe "uma comissão técnica" onde "estão especialistas que todos os dias, todas as horas, acompanham não só a situação epidemiológica, como a evolução científica e as indicações das vacinas". Por isso, é a partir dos pareceres da comissão "que se definem os patamares de prioridade" na vacinação. "Nesta fase temos de nos concentrar na nossa prioridade para agora", apontou.
  • A diretora-geral da Saúde aproveitou ainda a conferência de imprensa para garantir que "a coadministração das vacinas, uma em cada braço, é segura". "As pessoas podem fazê-lo, mas se por qualquer motivo não o quiserem fazer, são livres" e podem combinar posteriormente para levar a outra vacina.