António Costa assumiu estas posições à chegada ao Palácio de La Moneda, sede do Governo chileno, onde estão a decorrer as cerimónias dos 50 anos do golpe militar que, em 11 de setembro de 1973, pôs fim ao regime democrático do Chile.

“Foi com muito gosto que aceitei o convite do Presidente do Chile, Gabriel Boric, para estar presente nestas cerimónias. Hoje é um dia muito importante – um dia para se recordar que a democracia se conquista todos os dias e que todos os dias temos de reforçar a democracia para que permaneça viva”, declarou o primeiro-ministro, numa breve mensagem em espanhol.

António Costa considerou que hoje “é um dia para se recordar que, se as democracias nunca estão adquiridas, também as ditaduras têm sempre um fim”.

“Podem durar mais, podem durar menos, mas as ditaduras nunca são solução e, por isso, sempre têm um fim”, sustentou, antes de mencionar o caso português com o 25 de Abril de 1974 e o fim do regime do Estado Novo.

“Neste ano, em que celebramos os 50 anos do golpe militar no Chile, vamos também celebrar dentro de alguns meses os 50 anos da revolução dos cravos, que pôs fim a uma ditadura de 48 anos em Portugal e que abriu o país ao desenvolvimento, à integração europeia, à paz e a uma relação com todos os países do mundo, numa cooperação multilateral muito intenso”, declarou.

O primeiro-ministro referiu-se depois a Salvador Allende, Presidente chileno democraticamente eleito, socialista, que, no dia do golpe militar, pôs termo à sua vida, antes de ser apanhado pelas tropas do general Pinochet no Palácio de La Moneda.

“O espírito de Salvador Allende será sempre uma referência para todos os que amam a liberdade e a democracia. Essa é a mensagem mais importante que hoje temos a dar. A democracia precisa sempre de quem a defenda, de quem a promova. Só se defende a democracia com mais democracia”, acrescentou.