Além de isenção de taxas moderadoras para doentes com Alzheimer, este grupo de cidadãos pede apoios sociais para os cuidadores informais das pessoas com demências.

Há cerca de um ano deu entrada na Assembleia da República uma petição com 14 mil assinaturas a pedir apoios concretos para os cuidadores informais, mas até agora nada aconteceu, queixa-se Maria dos Anjos Catapirra, uma das organizadoras do protesto de hoje.

“As carências dos cuidadores são todas similares, independentemente das idades dos nossos doentes ou das pessoas que cuidam”, considerou Maria dos Anjos, dando conta de que tem conhecimento diário das dificuldades dos cuidadores.

Muitos dos familiares dos doentes com demências acabam por ter de deixar de trabalhar, ficando no desemprego sem qualquer apoio estatal.

“Conheço pessoas que ficaram alguns anos a esgotar todas as economias que tinham em casa e viviam das pensões das pessoas que cuidavam e depois acabaram por ficar inaptas para o mundo de trabalho”, disse Maria dos Anjos Catapirra, em declarações à agência Lusa durante o protesto frente ao parlamento.

Para quem permanece no ativo, o grande problema “é a falta de condescendência das entidades patronais”.

“O mais premente é haver algum estatuto que nos dê apoio em termos de baixas, de ausências ao trabalho e direitos de remuneração de alguma forma”, apela este grupo de cidadãos.

O deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro, que se dirigiu aos cidadãos em protestos, disse à Lusa que não é possível ficar “à espera eternamente” por medidas concretas.

“As pessoas compreenderão que nem tudo pode ser feito de um dia para o outro, mas alguma coisa tem de começar a ser feita, nomeadamente para garantir que alguém cuida dos cuidadores e para lhe proporcionar as condições mínimas para que consigam continuar a apoiar os doentes”, declarou o deputado, que foi relator da petição pública Pelo Direito ao Estatuto de Cuidador Informal.

José Soeiro salientou que a questão não é apenas haver um estatuto enquanto reconhecimento, mas sobretudo criar apoios sociais, como redução de horário de trabalho para os cuidadores ou garantir que o tempo em que estiveram a prestar cuidados conta como carreira contributiva.

Por outro lado, o deputado bloquista considera fundamental que haja reforço do investimento público nos cuidados continuados.

“Portugal é dos países com menos resposta pública e em que as famílias assumem mais a responsabilidade dos cuidados”, indicou.

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