“Houve um esforço de parte a parte. Estava prevista essa cerimónia no memorial para o começo da tarde e houve a disponibilidade para passar para o fim da tarde. E, entretanto, também se fará um esforço para o almoço [em Palermo] acabar um bocadinho mais cedo”, e assim regressar a Portugal “logo que partam o Presidente italiano e o Rei espanhol”, com os quais participa num encontro da organização empresarial COTEC Europa, de modo a chegar a tempo a Pedrógão Grande.

Apontando que também será necessário “procurar aterrar no sítio mais próximo” de Pedrógão, pois se o voo de regresso fosse para Lisboa “também não dava” para chegar a tempo da cerimónia em Pedrógão, Marcelo Rebelo de Sousa justificou todo este esforço com a convicção de que “faz sentido” que todos estejam na evocação de terça-feira, apesar de já se ter deslocado sozinho à região no passado sábado.

“Foi preciso mexer nestes programas, de uma parte e de outra, porque precisamente de outra forma eu não estaria lá, e penso que é importante estar lá. Está lá o Governo, estão lá os autarcas, estão lá as forças vivas, estão lá os familiares das vítimas, está lá o arquiteto que concebeu o memorial […] Faz sentido que todos estejamos lá nessa evocação, que ao mesmo tempo é uma homenagem”, declarou.

Questionado sobre por que não abdicou, ainda assim, de se deslocar sozinho a Pedrógão no último sábado, respondeu que o fez “porque tinha prometido ir”.

“Quando vou a conduzir, dá-me outra liberdade de movimentação. Os presidentes de câmara perceberam isso, eu não os preveni”, indicou, apontando que teve oportunidade de passar por Pedrógão, Castanheira de Pedra, as povoações mais atingidas, Figueiró de Vinhos, e visitar as três corporações de bombeiros.

A Presidência já revelara, numa nota publicada sábado, que Marcelo Rebelo de Sousa visitou o memorial às vítimas dos fogos de 2017, em Pedrógão Grande, em que morreram 66 pessoas.

Numa nota publicada na semana passada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado afirmava que “teve conhecimento, pela comunicação social, da cerimónia de inauguração, no próximo dia 27 de junho, do monumento de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande”, indicando na altura que lhe seria impossível voltar a Portugal a tempo de participar na mesma.

O JN noticiou que o Governo atrasou duas horas a inauguração do memorial, na terça-feira, horário que permitiria Marcelo Rebelo de Sousa chegar a tempo depois do regresso de uma visita à Itália.

O Presidente da República encontra-se desde hoje em Palermo, capital da ilha italiana da Sicília, para participar no XVI encontro da organização empresarial COTEC Europa, juntamente com o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e o Rei de Espanha, Felipe VI, devendo os três chefes de Estado intervir na sessão de encerramento do evento, seguindo-se um almoço, após o qual Marcelo Rebelo de Sousa voará então de imediato a Portugal para estar ao final da tarde em Pedrógão Grande.