João Ferreira, numa "arruada" de campanha eleitoral na Baixa da Banheira, alertou para o "impacto muito grande sobre a saúde das populações, o ambiente e em termos de segurança" da atual localização do Aeroporto Internacional Humberto Delgadao, em Lisboa, "algo que não acontece em nenhuma outra capital europeia, dentro da malha urbana, sobrevoada dia e noite, quase minuto sim, minuto não por aviões".

"Não é apenas a CDU que se tem insurgido contra esta solução, também são as populações daqui do Montijo, da Moita, da Baixa da Banheira. Esta é a demonstração daquilo que acontece quando um setor estratégico como os aeroportos funciona em função dos interesses de uma multinacional e não dos interesses do país", afirmou.

Segundo o eurodeputado comunista, "o Governo anterior PSD/CDS decidiu entregar uma empresa que dava todos os anos lucros ao Estado e era estratégica a uma multinacional francesa (ANA privatizada e adquirida pela Vinci)" e "o Governo atual, para fazer um favor a essa multinacional francesa, pôs de lado o trabalho que durante anos o país andou a fazer em que gastou tempo e dinheiro a estudar a melhor localização".

"Finalmente, chegou-se a uma conclusão e este Governo agora decide pôr de lado a decisão a que se chegou para agradar à União Europeia, numa solução que não resolve o problema de fundo - a necessidade de um novo aeroporto de Lisboa", disse, referindo-se à solução assumida pelo executivo socialista de construir um novo terminal aéreo, recorrendo à base da Força Aérea, no Montijo, em vez da opção pelo campo de tiro de Alcochete.

Para João Ferreira, Alcochete "foi a solução que o país durante anos estudou a par de outras e chegou-se à conclusão - as entidades com técnicas e científicas competentes - de que era a melhor solução".

"É isso que agora tem de ser executado. O país não pode fazer de conta que não perdeu anos e muitos recursos, muito dinheiro, a estudar qual era a melhor localização", concluiu.