Coimbra é “um nome conhecido a nível internacional”, mas “precisa de se libertar do seu paroquiano umbigo, recuperar e implementar uma estratégia nacional, e ser proativa, inventiva e organizada na criatividade, no desenvolvimento sustentado e na criação de emprego, trabalhando em equipa e aproveitando as sinergias das suas instituições”, sustenta, explicando a sua candidatura, o médico, doutorado em Medicina Interna.

Eleito bastonário da Ordem dos Médicos em 2011 e reeleito para um segundo mandato em 2014, José Manuel Silva anunciou a sua candidatura autárquica cerca de um mês depois de ter deixado aquele cargo e poucos dias após ter sido apontado como possível candidato à Câmara de Coimbra pelo movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), que em 2013, elegeu um vereador e quatro membros da Assembleia Municipal.

“Em nome do ‘Somos Coimbra’, sou candidato à Câmara Municipal de Coimbra”, afirmou, em 09 de março deste ano, ao falar num emblemático café da Baixa histórica da cidade, na sessão de apresentação da sua entrada na corrida e de apresentação do movimento, criado para lançar uma “candidatura independente, inclusiva e construtiva”.

Na mesa da sessão, José Manuel Silva tinha consigo a docente universitária Anabela Pereira, o físico Carlos Fiolhais, a ex-diretora de Serviços dos Bens Culturais da Direção Regional da Cultura do Centro Zulmira Gonçalves, o presidente da Critical Software, Gonçalo Quadros, e Fernando Seabra Santos, anterior reitor da Universidade de Coimbra.

O atual reitor, João Gabriel Silva, é irmão do candidato.

Natural de Pombal, José Manuel Silva é professor da Faculdade de Medicina de Coimbra (onde se licenciou em 1983) e, antes de assumir a liderança da Ordem dos Médicos, foi presidente da Secção Regional do Centro desta organização profissional.

Antes, foi pró-reitor da Universidade de Coimbra e chefe do Serviço de Urgência dos Hospitais da Universidade de Coimbra (hoje integrados no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra) e trabalhou no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e no Instituto Português de Oncologia.

No seu entender, os problemas de Coimbra “são hoje múltiplos e complexos”, mas “estão devidamente identificados”.

“Conhecemo-los bem, porque os sofremos na pele todos os dias, os que cá vivem e os que saíram por falta de oportunidades e perspetivas”, afirmou, na apresentação.

Mas esta candidatura, assegurou, não é “de desfiar e carpir os problemas, nem de lamentar qualquer fado”, mas antes de “elencar e concretizar ideias e soluções para desenvolver o concelho de Coimbra, para dinamizar as pessoas e as instituições, para recuperar o saudável e, de modo nenhum umbiguista, sentimento de orgulho, de entusiasmo e até de irreverência” de Coimbra.