Segundo o Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo (Sipri), a China possui um arsenal de 350 ogivas nucleares, muito atrás da Rússia (4.477) e dos Estados Unidos (3.708).

Mas Pequim poderá ter 1.500 em 2035, prevê um relatório do Departamento de Defesa norte-americano publicado em novembro.

“A aceleração do desenvolvimento nuclear da China, sem transparência ou diálogo significativo, é uma preocupação para a estabilidade global e regional”, afirmaram os líderes do G7, hoje reunidos em Hiroxima, numa declaração conjunta.

Após um primeiro ensaio nuclear em 1964, a China tem-se contentado em manter um arsenal modesto e comprometeu-se a nunca utilizar uma arma atómica em primeiro lugar, garantindo que só o faria se fosse ela própria o alvo.

No entanto, na última década, o Presidente chinês, Xi Jinping, encorajou uma vasta modernização das Forças Armadas, incluindo a melhoria das capacidades nucleares.

Os chefes de Estado e de Governo das sete maiores democracias industrializadas, que prestaram hoje homenagem às 140.000 vítimas da bomba atómica norte-americana que em 06 de agosto de 1945 atingiu Hiroxima, também condenaram a “retórica nuclear irresponsável” da Rússia, considerando “perigosos e inaceitáveis” os planos de construção de armas nucleares na Bielorrússia.

Denunciando igualmente a proliferação nuclear, os líderes do G7 advertiram a Coreia do Norte contra “ações provocatórias” e instaram o Irão a “pôr termo à escalada nuclear”.

Esta é a primeira vez que uma cimeira do G7 produz uma declaração dos líderes centrada no desarmamento nuclear, resultado dos esforços do primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, cujas raízes políticas e familiares se encontram em Hiroxima.

Os líderes do G7 reiteraram o compromisso de alcançar um mundo livre de armas nucleares “com segurança absoluta para todos”, referindo-se à dificuldade de fazer progressos em matéria de desarmamento nuclear no atual clima de segurança global.

“Para alcançar o mundo que esperamos, precisamos de um esforço global que nos leve da dura realidade ao ideal, por mais estreito que seja o caminho”, afirmaram os líderes, sem propor compromissos concretos.

Os Estados Unidos, Reino Unido e França possuem milhares de ogivas nucleares e outros membros do G7, incluindo o Japão, estão cobertos pelo designado “guarda-chuva nuclear” norte-americano.