“O atual primeiro-ministro conhece muito bem os problemas da Madeira. Aliás, conhece talvez melhor do que qualquer outro primeiro-ministro e o que precisamos é depois de tentar passar à prática”, disse Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma obra de habitação a custos controlados, no concelho de Câmara de Lobos.

Miguel Albuquerque destacou a revisão da Lei das Finanças Regionais, cujo trabalho tem de continuar, assim como outros ‘dossiers’ pendentes, como o novo regime da Zona Franca da Madeira.

Sobre o novo Governo da República, que tomou posse na terça-feira, o social-democrata madeirense realçou que será um executivo que “depende muito da formação de consensos no parlamento”, já que “infelizmente não tem a maioria para governar”.

“Algumas das medidas serão feitas por decreto governamental, mas as questões de regime, as questões essenciais terão de ser consensualizadas”, afirmou.

Miguel Albuquerque, que venceu as eleições diretas do PSD/Madeira, em 21 de março, adiantou ainda que Luís Montenegro, que é líder do partido, vai marcar presença no Congresso Regional dos sociais-democratas, que decorre em 20 e 21 de abril.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, e os 17 ministros do XXIV Governo Constitucional tomaram posse na terça-feira, no Palácio Nacional da Ajuda, menos de um mês depois da vitória da AD (Aliança Democrática, coligação pré-eleitoral formada por PSD, CDS-PP e PPM) nas legislativas de 10 de março.

Os secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional, que ainda não são conhecidos, só tomarão posse na sexta-feira.

António Costa demitiu-se de primeiro-ministro em 07 de novembro do ano passado, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

O Presidente da República aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e decidiu dissolver o parlamento, marcando eleições legislativas antecipadas para 10 de março.

Essas legislativas resultaram na vitória da AD por cerca de 54 mil votos e mais 0,85% que o PS, a margem mais curta da história da democracia.

As duas coligações lideradas pelo PSD – AD, no Continente e Açores, e Madeira Primeiro (PSD/CDS-PP) – conseguiram 28,83% dos votos e 80 deputados (78 do PSD e dois do CDS-PP), de acordo com os resultados oficiais.

O PS foi o segundo partido mais votado com 27,98% e 78 deputados.