“A recolha de resíduos florestais é uma necessidade e reforça a segurança das florestas”, afirmou Caldeira Cabral, no âmbito de uma conferência de imprensa sobre a reunião extraordinária de hoje do Conselho de Ministros, destinada a aprovar medidas de prevenção e combate aos incêndios florestais, bem como reparação dos prejuízos, e que decorre na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.

O plano nacional para a implementação de biorrefinarias vai depender “essencialmente de fundos estruturais”, disse o governante, referindo que ainda não é possível prever qual a verba necessária.

De acordo com o tutelar da pasta da Economia, o desenvolvimento das biorrefinarias vai estar sujeito a concurso.

Além da implementação de biorrefinarias por todo o país, o Governo vai continuar a apostar no desenvolvimento das centrais de biomassa, que “poderão ter um investimento de cerca de 35 milhões de euros anuais, ao longo de vários anos”, avançou Caldeira Cabral.

Na perspetiva do pontual, mas um sistema de recolha a nível nacional com ministro da Economia, este modelo agora aprovado vai criar um incentivo à valorização dos resíduos florestais, “criando assim uma capacidade de desenvolver um sistema de recolha, não apenas incentivos próprios dados a essa recolha, quer pelas autarquias, quer por empresas que o queiram fazer”.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões norte e centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.