Em conferência de imprensa, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) avançou que se registou este ano menos 25% de incêndios rurais e menos 76% de área ardida relativamente à média dos últimos 10 anos.

De acordo com a ANPC, deflagraram 6.035 incêndios, entre 01 de janeiro e 15 de julho, menos 2.624 do que no mesmo período de 2017, quando já tinham ocorrido 8.659.

No entanto e analisando os dados desde 2008, os anos de 2010 (6.005), 2014 (4.624) e 2016 (3.261) apresentam menos ocorrências de fogo do que este ano.

Os resultados deste ano mostram que, entre 01 de janeiro e 15 de julho, as chamas consumiram 5.327 hectares, quando em 2017, por esta altura, já tinham atingido os 74.895 hectares, apesar da área ardida em 2008 (6.082), 2010 (5.550) e 2016 (3.487) apresentar valores mais baixos.

“Isto é o reflexo do nosso trabalho, mas é também o reflexo a nível municipal do trabalho que foi organizado pela própria tutela de limpeza dos terrenos e de todos os meios que estão disponíveis para as populações”, justificou aos jornalistas o comandante operacional nacional da ANPC.

Duarte Costa destacou a forma como está montado este ano o dispositivo de combate aos fogos, nomeadamente “um ataque inicial mais robusto”.

Este ano e até à data o mês de maio foi o que teve mais incêndios, com um total de 2.147, e fevereiro foi o mês com maior aérea ardida, 1.993 hectares, segundo os dados divulgados.

“Mais uma vez o sistema funciona, porque estava montado, tivemos o ataque inicial muito robusto o que permitiu que a maior parte destes incêndios na sua fase inicial não passassem para a fase de ataque ampliado”, sustentou o comandante nacional.

Duarte Costa garantiu ainda que o dispositivo está a responder.

Também presente na conferência de imprensa, o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, referiu também que “os bons resultados” alcançados até ao momento mostram “a robustez dos meios presentes no terreno, nomeadamente no ataque inicial”.

“Dos 6.035 incêndios ocorridos este ano, apenas dois passaram da fase inicial para uma fase mais ampliada”, disse, destacando que este ano existe "mais conhecimento e reforço de meios, nomeadamente terrestre e aéreos”.

“Os resultados vão continuar seguramente a ser bons, porque sentimos que estamos em condições de poder responder às situações mais complexas”, sustentou.

Este ano, as fases de combate a incêndios foram substituídas por níveis de prontidão, passando o dispositivo a estar permanente ao longo do ano e reforçado entre 15 de maio e 31 de outubro.

O maior reforço de meios acontece nos meses de junho e outubro, quando se registaram os maiores incêndios de 2017 que provocaram 116 mortos, mas continua a ser entre julho e setembro, conhecida pela fase mais crítica de incêndios, o período que mobiliza o maior dispositivo.

Entre julho e setembro, estão operacionais 10.767 elementos e 2.463 veículos dos vários agentes presentes no terreno e 55 meios aéreos.

Em relação a 2017, o dispositivo de combate a incêndios mobiliza, este ano, mais 1.027 operacionais, 398 viaturas e sete aparelhos.


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