“Houve dezenas de feridos ligeiros”, lamentou Luís Antunes, indicando que a prioridade da autarquia e dos meios de socorro no terreno é combater os incêndios que ainda eclodem no concelho, no distrito de Coimbra, como um que lavrou de manhã próximo da aldeia de Cabanões, em território da União de Freguesias de Lousã e Vilarinho.

Luís Antunes disse não haver no município registo de vítimas mortais causadas pelo fogo, que começou no domingo, junto à localidade de Vilarinho, pouco antes das 09:00.

O reacendimento de hoje de manhã terá sido provocado por “projeções durante a madrugada”, sendo preocupação das autoridades e dos operacionais evitar que as chamas venham a alastrar a zonas mais elevadas da Serra da Lousã, onde existem alguns dos lugares turísticos que integram a rede Aldeias do Xisto.

“Queremos apagar este fogo no mais curto espaço de tempo”, referiu.

No domingo, segundo o presidente da Câmara, o incêndio causou “um dano ambiental muito grande”, sendo igualmente extensa a área florestal queimada pelo fogo na sua passagem em direção aos municípios vizinhos de Vila Nova de Poiares e Penacova.

“Houve pessoas retiradas de suas casas”, sobretudo em Serpins, que “foi a freguesia mais afetada”, a seguir às uniões de Lousã e Vilarinho e de Foz de Arouce e Casal de Ermio.

Em Vale da Ursa, Serpins, ardeu um pavilhão de uma indústria de mobiliário, enquanto na mesma freguesia o fogo destruiu a Fábrica de Papel do Boque, desativada há cerca de 30 anos e classificada, em 1992, como imóvel de valor concelhio, depois convertido, em 2001, em interesse municipal.

“É sempre uma situação que não é nada agradável”, declarou Luís Antunes, a propósito da perda daquela unidade fabril, construída em 1861, “um património que faz parte da identidade da freguesia e do concelho”.

Além de diversas casas, anexos e instalações empresariais queimadas, em número e usos ainda por identificar, foram afetadas na mesma zona pelo menos duas unidades pecuárias, uma das quais produz cabritos e leite e possui mais de 250 cabras que pastam numa área de 100 hectares do baldio da freguesia de Serpins.

As duas explorações perderam alguns animais à passagem do fogo, segundo o presidente da Câmara.

Admitindo que “seriam necessários mais meios” para debelar as chamas, Luís Antunes enalteceu o “trabalho muito positivo” que as unidades de socorro realizaram no concelho.

Segundo a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil, atualizada às 15:55, o incêndio que começou na Lousã, no domingo ao início da manhã, está a ser combatido por 691 operacionais, com 201 meios terrestres e um meio aéreo.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 32 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 vítimas mortais e mais de 200 feridos.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.