Durante uma visita ao quartel de Bombeiros de Vagos, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou "que vale a pena reter as lições para o futuro para que nunca mais se repita" uma situação semelhante à vivida no dia 15 de outubro, mas preveniu que, três semanas depois da tragédia, está já "mais virado para o futuro do que para o passado".

Confrontado com as queixas dos bombeiros locais, que garantem "ter ficado abandonados no terreno" durante o combate ao incêndio que destruiu quatro mil hectares do concelho, o chefe do Estado reconheceu que nem tudo correu bem.

"O cenário não esteve na cabeça de quem tinha de antecipar os factos", disse Marcelo, antecipando que já a partir da primavera do próximo ano o combate aos incêndios terá de ser feito com "melhores meios, mais preparados e com maior prevenção".

Durante uma deslocação a este concelho do distrito de Aveiro (que sofreu prejuízos de dez milhões de euros, segundo o presidente da Câmara, Silvério Regalado), Marcelo Rebelo de Sousa visitou diversas fábricas e habitações afetadas pelas chamas, tendo manifestando várias vezes a satisfação por ver que as obras de reconstrução estão a decorrer em bom ritmo.

"Está-se a reconstruir mais depressa do que se pensava", disse o Presidente da República no final de uma visita à empresa de pás eólicas RiaBlades, a maior empregadora do concelho, onde uma brigada de 30 funcionários apoiados por uma viatura dos Bombeiros de Vagos conseguiu evitar a progressão do incêndio, que mesmo assim provocou um milhão de euros de prejuízos e interrompeu a laboração durante dois dias.

Satisfeito com o ritmo da recuperação das empresas, o Presidente disse que conta regressar até ao final do ano à região para ver as unidades afetadas pelos incêndios em plena laboração, mas alertou também para a necessidade de reforçar o apoio aos particulares que tiveram as suas habitações destruídas.

"Aqueles que sofreram danos nas habitações e na sua atividade económica é importante que não cheguem ao Natal e ao fim do ano numa posição que não seja de esperança no futuro, sobretudo os menos jovens", afirmou.

Esta preocupação com a vida das pessoas levou o chefe do Estado a referir que "Portugal é feito de dois países: [é feito] do país que está no topo do mundo em termos de ciência e tecnologia, acolhendo a Web Summit e do outro país que tem carências, dificuldades e problemas e teve de enfrentar a tragédia".

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