O estilhaço de uma bomba de projétil da zona oeste da Ucrânia foi entregue por uma mãe ucraniana ao superior geral da Ordem dos Carmelitas Descalços, o padre Miguel Márquez Cale, com o pedido para que rezasse pela paz naquele país, lê-se num comunicado hoje divulgado no ‘site’ do Santuário de Fátima.

“Desde o princípio da guerra, há um ano e meio, que trago este estilhaço de projétil no meu bolso, que uma mãe de família ucraniana me deu, com a indicação de que rezasse pela paz naquele país”, explicou o superior daquela ordem religiosa, citado na nota, acrescentando que o gesto serve para que Lúcia ajude a que se alcance a paz na Ucrânia.

Além do projétil, colocado numa pequena caixa, o padre Miguel Márquez Cale depositou ainda um ramo de flores no túmulo de Lúcia de Jesus, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, situada no Santuário de Fátima, destacando a “humildade, a obediência e o sentido eclesial de Lúcia”.

O ato aconteceu ao final da tarde de segunda-feira, após uma missa a que aquele sacerdote presidiu e que juntou os jovens carmelitas que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa.

Na homília, o padre Miguel Márquez Cale convidou a assembleia à disponibilidade para Deus, a partir do exemplo de Maria, no episódio bíblico da Anunciação.

“Maria, uma mulher só, disse sim a Deus e mudou a história do mundo. Em cada um de nós há um sim que pode mudar a História”, afirmou, ao garantir a presença materna de Nossa Senhora nos momentos de debilidade da humanidade.

O presidente da celebração aproveitou para apresentar três atitudes para os jovens: deixarem-se olhar por Maria, atreverem-se a transformar o sofrimento em esperança e assumirem a humildade e coragem com caminho de santidade.

A irmã Lúcia foi carmelita de 1948 ao final da sua vida, tendo ingressado no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, em 25 de março daquele ano para, em 13 de maio, tomar o hábito com o nome de Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado.