“Atualmente, há mais de 19.540 crianças ucranianas deportadas oficialmente. Se devolvermos uma criança por dia, serão necessários 55 anos”, afirmou Lubinets numa conferência sobre direitos humanos.

O Provedor de Justiça sublinhou ainda que a Rússia “continua a deportar todos os dias mais e mais grupos de crianças ucranianas do nosso território”.

“Tendo em conta o último regresso de crianças, que teve lugar na quarta-feira, conseguimos fazer com que 522 crianças ucranianas regressassem ao país, 387 das quais tinham sido deportadas ilegalmente para o território da Federação Russa”, acrescentou Lubinets.

Um novo grupo de oito menores ucranianos oriundos das zonas ocupadas, que havia sido deportado para a Rússia, conseguiu regressar ao território controlado pelo Governo de Kiev, através da mediação das autoridades do Qatar, confirmou o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky.

Lubinets afirmou que tem, extraoficialmente, conhecimento da alteração frequente dos nomes das crianças deportadas, bem como a sua data de nascimento pelas autoridades russas, dificultando a sua localização.

Em novembro, meios de comunicação social russos independentes, como o Top Stories, e a cadeia britânica BBC afirmaram que o líder do partido Rússia Justa, Serguei Mirounov, tinha adotado uma menina ucraniana de dez meses.

A criança desapareceu de um infantário na zona sul de Kherson, na Ucrânia, em 2022 e ter-lhe-á sido dado um novo nome.

O deputado russo negou as acusações e acusa ainda os serviços secretos ucranianos e ocidentais de espalharem notícias “falsas” para desacreditar patriotas russos como o próprio.

Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia emitiu dois mandados de captura contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e a sua comissária para a proteção das crianças, Maria Lvova-Belova, por deportação ilegal de menores ucranianas, uma prática proibida pelas convenções internacionais. O Governo russo justifica as suas ações citando a “necessidade de salvar estes menores”.