“Não fiz um único convite para listas, exceção feita talvez a mim próprio que serei candidato nas eleições legislativas”, afirmou o líder centrista em entrevista à SIC Notícias, sem especificar, no entanto por que círculo será candidato e em que lugar da lista.

Quanto aos candidatos às eleições europeias de junho, Nuno Melo apontou que “a partir do dia 11” de março, o dia após as legislativas, estará “em condições de dizer quem será o candidato”.

PSD e CDS-PP anunciaram na quinta-feira que vão propor aos órgãos nacionais dos seus partidos uma coligação pré-eleitoral, a Aliança Democrática (AD), para as legislativas de março e as europeias de junho, que incluirá também “personalidades independentes”.

Nesta entrevista, o presidente do CDS-PP afirmou que este é um “acordo que é bom certamente para o PSD e para o CDS”, mas recusou dar mais pormenores concretos, sustentando que o “relacionamento entre partidos tem regras” e a coligação ainda tem de ser ratificada pelos órgãos das duas forças políticas.

“Muito mais do que contabilidades, trata-se de um projeto nacional”, salientou, defendendo que é “estável, credível” e a “única solução alternativa” ao PS.

Uma das questões a que o eurodeputado não respondeu foi quantos nomes do CDS-PP estarão em lugares elegíveis, dizendo apenas que o partido “terá tantos mais deputados quanto mais votos a coligação tiver”.

Nuno Melo apontou que o objetivo da Aliança Democrática é “vencer as eleições e ter condições para formar governo”.

“Bom mesmo era que PSD e CDS conseguissem uma maioria absoluta. Se não acontecer, logo se vê” o que poderá acontecer no dia seguinte às eleições, acrescentou.

Nuno Melo salientou que o presidente do PSD, Luís Montenegro, “foi claríssimo dizendo que não fará acordos com o Chega, não estará com o Chega no governo”, mas considerou que a Iniciativa Liberal “poderá ajudar” a formar uma maioria à direita.

E disse mesmo ter “pena que a IL não esteja desde início nesta AD”, sustentando que os “três partidos juntos teriam uma maior possibilidade” de garantir mais mandatos e eventualmente conseguir uma maioria absoluta pelo aproveitamento de votos na distribuição de lugares no parlamento no dia das eleições.

O presidente do CDS-PP afirmou que esta coligação “chega no tempo possível e oportuno” porque “grandes projetos políticos não podem nascer em cima de precipitações”, e reiterou que o CDS-PP estava preparado para ir a votos sozinho caso este acordo não avançasse.

Apontando que a AD “é marca registada” e “não esta datada, vale para o século XX como vale para o século XXI”, Melo defendeu que “é atual” e “faz sentido pelo que está em causa”.

Nuno Melo disse também que “evidentemente” fará campanha ao lado do líder do PSD, Luís Montenegro, pois a coligação “não é instrumental”, e disse esperar que figuras do partido, como Paulo Portas, possam estar também envolvidas.

Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 7 de novembro, alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça.

A campanha eleitoral para as legislativas vai decorrer entre 25 de fevereiro e 8 de março.