“A espécie ainda enfrenta ‘um elevado risco de extinção na natureza’ e continua, provavelmente, em declínio, mas não ao ritmo que se pensava anteriormente”, explica Tom McCarthy, chefe do programa de leopardos das neves no grupo Panthera, dedicado à conservação felinos selvagens, citado pela Associated Press (AP).

O leopardo das neves é um felino esquivo e de hábitos reservados, e o único que vive exclusivamente em altitude, nas montanhas da Ásia Central. Estava classificado como espécie em perigo de extinção desde 1972.

Apesar da alteração de estatuto, a espécie continua a enfrentar sérios desafios, incluindo a caça furtiva e a perda de presas selvagens, devido à degradação das pastagens pelo gado doméstico.

A reclassificação, anunciada na terça-feira pela União Internacional para a Conservação da Natureza, surge depois de um período de avaliação de três anos, ao longo da qual os especialistas determinaram que os felinos dos Himalaias já não preenchiam dois dos critérios que definem as espécies em perigo – um declínio acentuado entre 50% e 70% e a existência de menos de 2.500 exemplares.

Os especialistas estimam agora, com base em métodos quantitativos melhorados, a existência de 4.000 leopardos das neves, mas sublinham que esta estimativa assenta numa avaliação que inclui um levantamento detalhado de apenas 2% da área de montanha dos leopardos, ao longo de 12 países na Ásia.

Alguns desenvolvimentos de conservação positivos incluíram um aumento no número de áreas protegidas dentro desse alcance, bem como uma intensificação dos esforços das comunidades locais para proteger os animais dos caçadores furtivos.

As comunidades têm também trabalhado para prevenir casos de pastores locais que constroem currais à prova de predadores como forma de retaliação pela perda de gado, segundo Rodney Jackson, que lidera o grupo Conservação do Leopardo das Neves, citado pela AP.