"Na sequência das propostas do primeiro-ministro, agora recebidas, o presidente da República exonerou, a pedido dos próprios e com efeito imediato, João Saldanha de Azevedo Galamba, das funções de ministro das Infraestruturas, bem como Pedro Miguel Ferreira Jorge Cilínio, das funções de secretário de Estado da Economia", pode ler-se no site da Presidência da República.

António Costa tinha uma audiência marcada com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para as 17:30 de terça-feira sobre a situação do ministro das Infraestruturas, que foi constituído arguido no âmbito da operação "Influencer".

João Galamba, constituído arguido no âmbito da operação "Influencer", pediu hoje a demissão do cargo de ministro das Infraestruturas, que justificou com a necessidade de assegurar tranquilidade e discrição para a sua família, e que foi aceite pelo primeiro-ministro.

O pedido de demissão do secretário de Estado da Economia, Pedro Cilínio, não foi previamente divulgado e até agora não foi tornado público o motivo.

O ministro das Infraestruturas foi constituído arguido no âmbito da operação "Influencer", relacionada com negócios de exploração de lítio e hidrogénio e da criação do centro de dados de Sines.

A partir deste processo foi instaurado pelo Ministério Público um inquérito no Supremo Tribunal de Justiça que visa o primeiro-ministro, António Costa, e que o levou a apresentar a demissão ao Presidente da República, na terça-feira.

João Galamba já tinha apresentado anteriormente a sua demissão há cerca de seis meses, em 02 de maio, após incidentes no Ministério das Infraestruturas envolvendo o seu gabinete, mas na altura o primeiro-ministro não aceitou esse pedido.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou publicamente a sua divergência em relação a essa decisão de António Costa, considerando que tinha custos para a autoridade do Governo e do Estado.

No atual Governo, que iniciou funções em 30 de março do ano passado, João Galamba foi primeiro secretário de Estado do Ambiente e da Energia, até 04 de janeiro deste ano, data em que tomou posse como ministro das Infraestruturas, após a saída do Governo de Pedro Nuno Santos, ministro que acumulava essa pasta com a da Habitação.