“O país vive Fátima há muitas décadas intensamente, neste momento mais intensamente porque é um centenário, porque há dois novos santos, porque o papa vem, e a conjugação disto tudo é que é única e sendo único os portugueses percebem que é um momento singular que estão a viver”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente falava aos jornalistas depois de conhecer o trabalho da Associação dos Servitas de Nossa Senhora de Fátima, o primeiro corpo de voluntários a apoiar os peregrinos de Fátima, no distrito de Santarém.

O chefe de Estado passou pelo lava-pés e, também, pelo posto de socorros, onde voluntários desta associação apoiam peregrinos, trabalho que elogiou.

“São pessoas de várias gerações que voluntariamente estão aqui a servir e a apoiar, quando é um caso mais complicado naturalmente é encaminhado para um hospital próximo”, referiu, destacando que este o trabalho é desenvolvido pelos Servitas ao longo de todo o ano.

Questionado sobre as “dores” que os portugueses expressam quando caminham até Fátima, o Chefe de Estado declarou que “é uma forma de expressão da fé e não há duas maneiras iguais de viver a fé”.

“Às vezes, a nós, intelectuais, isto é, aqueles que estamos num mundo um bocadinho diferente, custa-nos entender a forma de expressão da fé de muita gente, portugueses e estrangeiros, mas uma forma de expressão de fé é através do sacrifício”, observou.

A este propósito disse ter visto o filme de João Canijo “Fátima”, que relata a experiência de uma peregrinação de um grupo de mulheres de várias idades que parte de Vinhais para Fátima

“Lá se vê o que é a forma, o percurso de cada um a viver a fé. Uma das formas de viver a fé é através do sofrimento físico, da entrega física, chegando aqui simultaneamente muito felizes, por chegarem ao fim da caminhada, mas também fisicamente com algumas maleitas”, adiantou.

Junto à Casa de Nossa Senhora das Dores do Santuário de Fátima dezenas de peregrinos esperavam a saída de Marcelo, para o cumprimentar e tirar fotografias, incluindo uma religiosa da Ucrânia, à qual o Presidente da República disse “bem-vinda”, em Português e Inglês, tendo a freira religiosa, agradecido.

“Já valeu a pena vir a Fátima”, disse uma peregrina, depois de se cruzar com Marcelo Rebelo de Sousa que, após este "banho de multidão", seguiu para Monte Real, no concelho de Leiria, para receber o papa Francisco, cujo avião onde viaja vai aterrar na Base Aérea n. 5.

O papa Francisco visita Fátima, hoje e sábado, para canonizar os pastorinhos Francisco e Jacinta, no Centenário das Aparições.

O papa tem encontros previstos com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, logo à chegada, prevista para a base aérea de Monte Real e com o primeiro-ministro, António Costa, no sábado.

Francisco é o quarto papa a visitar a Cova da Iria, depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991, 2000) e Bento XVI (2010).

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