Em resposta aos jornalistas, no antigo picadeiro real junto ao Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa não quis comentar assuntos abrangidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, incluindo o funcionamento dos serviços de informações.

O chefe de Estado referiu que essa é "uma das matérias sensíveis que está a ser apreciada numa comissão parlamentar de inquérito" em curso e é "uma matéria em que o parlamento tem um poder de controlo, de fiscalização, fundamental".

"Tudo o que o Presidente da República pudesse dizer iria ser ruído, e eu tenho evitado isso. Eu nomeadamente nesse caso tenho evitado esse ruído, por exemplo, não recebendo responsáveis da empresa que pediram para ser recebidos por mim, ou não aceitando contactos de qualquer natureza que fossem uma maneira de interferir, direta ou indiretamente num processo que está no parlamento", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP "é um processo que está no parlamento, é do parlamento".

"O parlamento deve conduzi-lo nos seus tenros. E nós acompanhamos, nós órgãos de soberania, nós portugueses, acompanhamos atentamente o que se passa, mas órgãos de soberania que não o parlamento não devem interferir na vida do parlamento", defendeu.

Interrogado se irá acompanhar as audições da comissão de inquérito sobre a TAP, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que "o Presidente da República tem informação sobre tudo e portanto acompanha tudo o que se passa na vida política portuguesa".

Nestas declarações à comunicação social, o chefe de Estado foi questionado sobre mais de dez temas, desde diplomas que aguardam a sua decisão à manifestação do Chega que foi apresentada como um "cerco à sede do PS", sobre a qual não se quis pronunciar.

O Presidente da República falou, entre outros temas, sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que considerou estar em "fase de transição", e as negociações entre Governo e sindicatos de professores, reiterando o apelo a um entendimento que assegure as provas de avaliação.

A propósito do périplo europeu do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que recebeu na semana passada da nova embaixadora ucraniana "o convite formal" para ir a Kiev e disse que já tem "uma ideia pensada" para a data dessa visita, que está ainda a ser acertada.

O chefe de Estado não adiantou em que altura será, assegurando apenas que a sua ida a Kiev será "certamente antes do fim do ano, sem dúvida nenhuma".