O PD sofreu “uma derrota clara e óbvia" e "é evidente que perante estas condições abandone a liderança do partido”, declarou Renzi, numa conferência de imprensa em Roma, indicando ainda que pediu ao presidente do PD, Matteo Orfini, para convocar um congresso para eleger o próximo secretário-geral daquela força política.

Renzi defendeu que esse congresso, que deverá ser anunciado nas próximas semanas, deve garantir a eleição de um novo secretário-geral através de primárias.

Com o avanço histórico dos movimentos populistas e de extrema-direita no panorama político italiano, onde são agora maioritários em votos e em assentos parlamentares após o escrutínio de domingo, “Itália está confrontada com uma situação em que aqueles que ganharam claramente as eleições não têm os votos para governar”, frisou.

Mas “o PD não será a muleta de um governo antissistema” e vai preferir estar na oposição, assegurou Renzi, garantindo estar satisfeito com o seu novo papel de senador eleito por Florença.

As forças políticas conhecidas como anti-sistema, eurocéticas e de extrema-direita alcançaram uma votação histórica nas eleições legislativas italianas de domingo: o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista) tornou-se no partido mais votado com cerca de 32,6% dos votos, enquanto a coligação formada pela Forza Italia (FI, direita) do antigo primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi e a Liga de Matteo Salvini (extrema-direita) obteve 37%.

No entanto, no seio desta coligação, a Liga, a formação eurocética e anti-imigração de Salvini, conseguiu superar significativamente a Forza Italia de Berlusconi, 17,4% contra 14%.

Tanto o M5S como a Liga reivindicaram hoje o direito de formar governo, excluindo qualquer aliança “eurocética” entre as formações políticas.

Uma vez que nenhuma das forças obteve uma maioria absoluta parlamentar, os líderes políticos vão ser forçados a negociar e antevê-se um período longo e complexo que pode durar meses. Esta situação naquela que é a terceira economia da zona euro deixa na expectativa toda a Europa, nomeadamente os parceiros na União Europeia (UE).


Notícia atualizada às 19:50