Em conferência de imprensa, o tenente Quaresma dos Santos, do Instituto Hidrográfico, avançou que este tipo de ondulação é "excecional" e só ocorre "duas ou três vezes por ano", o que leva a que algumas barras que tradicionalmente não são fechadas venham a encerrar.
O tenente Quaresma dos Santos adiantou que o pico da agitação marítima vai ocorrer na noite de sábado e madrugada de domingo, atingindo toda a costa oeste, sendo o Algarve a região menos afetada.
O mesmo responsável disse que as ondas vão alcançar, durante esse período, dez metros de altura, podendo chegar aos 15 metros.
“O nível de mar está cerca de meio metro acima do nível médio, este meio metro a mais associado a uma agitação marítima muito forte, muito grande e com um período de onda muito longo, ao alcançar a costa portuguesa, pode vir a gerar situações de galgamento da orla costeira e eventualmente causar alguns estragos”, sublinhou.
O tenente Quaresma dos Santos explicou que o responsável pelo agravamento do estado do mar é a tempestade Félix, que está a ser acompanhada operacionalmente pela Marinha.
Segundo aquele dirigente do Instituto Hidrográfico a tempestade Félix está neste momento a atravessar o setor norte do território nacional com vento muito forte que provoca “uma agitação marítima muito grande e energética”.
De acordo com o Instituto Hidrográfico, esta tempestade começou a fazer-se sentir na quinta-feira nos Açores, estando hoje a afetar a Madeira, que também vai sofrer “condições meteorológicas e oceanográficas idênticas e excecionais”, e a partir de sábado vai alcançar o continente.
“Vão reunir-se um conjunto de condições que a Marinha alerta por serem excecionais e por poderem provocar situações de risco ao longo da orla costeira”, avançou.
O tenente Quaresma dos Santos disse ainda que, ao final da manhã de hoje, estavam seis barras fechadas, sete condicionadas e 31 abertas, mas é esperado que nas próximas horas sejam encerradas mais barras.
Face às condições do estado do mar, a Marinha e a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alerta a população para evitar comportamentos de risco.
O porta-voz da Marinha e a AMN, comandante Fernando Fonseca, referiu que as pessoas devem evitar circular na orla costeira, passadiços marítimos e realizar passeis nas areias das praias, bem como molhes de proteção e arribas.
O comandante Fernando Fonseca chamou também a atenção para a comunidade marítima, particularmente pescadores e praticantes de atividades náuticas, que devem cumprir com as decisões das capitanias, bem como as pessoas que vivem junto ao mar que devem obedecer às indicações da Polícia Marítima.
“As pessoas devem evitar as zonas costeiras nos próximos dias”, disse, frisando que “o importante é que adotem os comportamentos de segurança, respeitem as indicações que são dadas e evitem situações de risco que por vezes são más”.
O porta-voz da Marinha e a AMN afirmou ainda que os piquetes da Polícia Marítima “estão em prontidão” e vão fazer patrulhas “muito mais regulares do que numa situação normal” em todas as zonas da costa portuguesa.
[Notícia atualizada às 14h01]
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