“Alertamos para uma grande onda epidémica que poderá devastar a Faixa de Gaza e que não pode ser controlada”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza palestiniano, Ashraf al Qudra, em comunicado.

O porta-voz afirmou que “as epidemias propagam-se cada vez mais devido à sobrelotação dos centros de acolhimento” de deslocados, problema que é agravado pela falta de água potável e pela impossibilidade de se manter um mínimo de higiene pessoal face ao cerco israelita, que impede o acesso a alimentos, eletricidade ou medicamentos.

À medida que o conflito avança, as doenças epidémicas estão a aumentar e têm sido cada vez mais registadas nos centros de cuidados primários da Faixa de Gaza, especialmente entre as crianças que não conseguem obter cuidados médicos básicos.

“As epidemias incluem doenças diarreicas, intoxicações alimentares, doenças de pele, sarna e infeções brônquicas, além de dezenas de casos de varicela”, afirmou o porta-voz.

O impacto da guerra entre as crianças palestinianas é cada vez pior e a organização não-governamental (ONG) Save the Children informou hoje que poderá haver perto de 900 menores desaparecidos entre os escombros, sem que as equipas de resgate tenham capacidade para os retirar devido à falta de combustível e aos incessantes bombardeamentos israelitas.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo no enclave. Também impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Israel autorizou a passagem de três colunas de camiões de ajuda humanitária para o enclave desde sábado, mas as autoridades locais e as organizações internacionais afirmam que as quantidades estão longe de corresponder ao necessário.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.