Esta posição foi assumida pelo ministro João Pedro Matos Fernandes depois de confrontado pelos jornalistas com o problema da seca em Portugal e com o facto de a Câmara de Viseu ter anunciado hoje que intensificou a redução de consumos públicos de água, diminuindo ou suspendendo o funcionamento dos sistemas de rega no concelho.

No caso da albufeira de Fagilde, que abastece Viseu e mais três concelhos em redor, o ministro do Ambiente reconheceu que “há um nível muito baixo de água”.

“Sabemos que temos água até ao início de novembro e estamos a trabalhar intensamente para dentro de dez dias termos uma solução alternativa de abastecimento de água para aquelas populações”, disse.

Depois, numa nota mais política, o titular da pasta do Ambiente advogou que a atual situação “obriga a que todos ajudem e que se faça um consumo mais parcimonioso possível da água”.

“Isto, acreditando que durante estas três semanas, até ao pico mais grave do problema, irá chover e que o problema será atenuado. Tal não desresponsabiliza ninguém, desde pessoas, autarquias, indústria, no sentido de gastarem o mínimo possível. Neste aspeto as autarquias têm desempenhado um papel muito importante”, ressalvou o membro do executivo.

Em termos globais, de acordo com João Pedro Matos Fernandes, Portugal está confrontado com o facto de ter “um número invulgarmente alto de albufeiras com um volume invulgarmente baixo de água”.

“No Alentejo, designadamente na bacia do Sado, já foi ultrapassado o período mais crítico, o das colheitas, e conseguimos de facto que nunca faltasse água nas torneiras. Houve um investimento de mais de meio milhão de euros com camiões cisternas que abasteceram os depósitos dos pequenos povoados”, apontou.

Em relação à situação do país a médio ou longo prazo, o ministro do Ambiente identificou uma tendência para que anos como este se repitam cada vez mais.

Por outro lado, referiu, verificou-se “uma ausência grandes de investimentos pesados a serem lançados no Alentejo e Alentejo interior”.

“A albufeira do Alqueva está a ser fundamental para minimizar os problemas no sul do país”, completou João Pedro Matos Fernandes.